“É uma vergonha para todos nós o banho que assistimos”. Afirmação do Bispo da Diocese de São Tomé, num sermão aos políticos são-tomenses. O Primeiro-ministro Rafael Branco, foi o principal ouvinte do Sermão. “Dizemos que somos livres e apresentamos como escravos”.Outra frase do sermão do líder da igreja católica são-tomense para condenar o banho e os que usam dele para conquistar o poder.
Na festa religiosa de consagração dos 25 anos de sacerdócio de Dom Manuel António, Bispo da Diocese de São Tomé, o primeiro-ministro Rafael Branco, foi uma das figuras do estado que marcou presença. No palanque erguido diante da Igreja da Sé, diante do Palácio Presidencial, o Bispo tentou despertar a consciência dos actores políticos para o mal que tem sido praticado nesta altura de campanha eleitoral. «Os partidos políticos e as associações que concorrem as eleições têm responsabilidade acrescida, e devem fazer deste tempo de eleições, um tempo de debate de ideias, de apresentação de programas políticos sérios ao serviço da nação, e não propaganda, motorizadas, frigoríficos e dobras», declarou o Bispo Dom Manuel António.
Aplausos, muitos aplausos, calaram por alguns minutos o Bispo. O sermão prosseguiu. Bom Manuel António sob olhar atento de Rafael Branco, e com a sua voz a ecoar nas paredes do palácio presidencial, decidiu por o dedo na ferida. «É uma vergonha para todos nós o banho que assistimos. Diz-nos que o nosso povo não vota em quem acredita, mas em quem compra. Dizemos que somos livres e vendemos por 50 mil dobras, por uma motorizada, um frigorífico ou um gerador. Dizemos que somos livres e apresentamos como escravos», realçou.
A voz do bispo continuou a ecoar entre as paredes da Igreja da Sé e do Palácio Presidencial. «Os partidos políticos e demais instituições tem um papel muito importante na construção da paz do desenvolvimento de um país com futuro. Então procurem de verdade lutar por essas ideias e não tornarem-se compradores de votos», acrescentou.
Palavras que ecoaram na mente dos presentes, feriram os cúmplices do banho eleitoral, e chocaram a dignidade são-tomense. Espera-se que o impacto resulta numa mudança de comportamento e atitude política. Espera-se que as palavras do Bispo Católico, tenham poder de regenerar, de transformar vidas, de provocar o renascimento do homem perdido de São Tomé e Príncipe. Enfim que seja um sermão vivificador como as palavras do criador, Jesus Cristo.
Abel Veiga
Notícia de Téla Nón