O Papa Francisco, esteve em Portugal nos dias 12 e 13 de maio para as cerimónias do Centenário das Aparições de Fátima e para presidir à canonização dos pastorinhos Francisco e Jacinta, que desta forma se tornaram os mais novos Santos não mártires da igreja católica.
São Tomé e Príncipe esteve presente nesta cerimónia realizada na Cova da Iria, através de um grupo de peregrinos constituído por quarenta e duas (42) pessoas, e pelo Bispo da diocese do arquipélago, D. Manuel dos Santos, que referiu que “a devoção à Nossa Senhora de Fátima está espalhada por todo o mundo e particularmente de uma forma muito especial nos países lusófonos, fruto da presença dos portugueses naqueles territórios.” Salientou que por ser uma mensagem universal, o Santuário de Fátima recebe peregrinos de todo o mundo. Acrescentando que São Tomé e Príncipe, não é exceção e “…praticamente não há igreja nenhuma no país que não possua uma imagem dela...”
Destacando para além da paróquia que lhe é dedicada, a capela de Água Izé, que tem precisamente como padroeira aquela Santa, várias outras festas em honra de Nossa Senhora de Fátima. O bispo são-tomense, referiu ainda o facto de a imagem peregrina de Nossa Senhora já ter passado pelo país e de também existir um santuário dedicado à Nossa Senhora de Fátima Peregrina, “…o santuário de Batepá, onde se encontra entronizada uma imagem que foi benzida pelo Papa São João Paulo II no Quénia, que foi depois para Angola e acabou por ficar em São Tomé.” Adiantando ainda que “… se pode dizer que Fátima está verdadeiramente presente em São Tomé e Príncipe.”
O Papa Francisco que por ora, ainda não conheceu às ilhas verdes do equador, aproveitou a sua peregrinação por Fátima para canonizar Francisco e Jacinta, dois dos três pastorinhos do milagre das aparições, mas também protagonistas de outro milagre.
Recorde-se que o milagre que permitiu a canonização dos beatos, ficou a dever-se à cura de uma criança brasileira, à época com 5 anos, caiu de uma janela de uma altura de seis (6) metros, sofrendo um traumatismo craniano grave, com perda de massa e sofrendo duas paragens cardíacas durante a anestesia pré-operatória.
A família rezou então à Nossa Senhora de Fátima e aos Pastorinhos e contra todas as expetativas médicas, que referiam que a criança tinha poucas probabilidades de sobreviver, recuperou sem qualquer mazela física. O reconhecimento de um milagre, é um processo da competência da Congregação para a Causa dos Santos, regulado pela Constituição Apostólica “Divinus Perfectionis Magister” , promulgada pelo Papa São João Paulo II em 1983.
Uma comissão de teólogos analisou a decisão da comissão de peritos ou científica sobre o milagre e recomendou à Congregação a aceitação do mesmo. A Congregação para a Causa dos Santos, emitiu o decreto que declarou como Santos os dois beatos e foi submetido à aprovação do Papa Francisco no dia 23 de março. No passado dia 20 de abril, durante o Consistório Ordinário Público para a Canonização dos Beatos, no Vaticano, o Pontífice confirmou que a canonização de Francisco e Jacinta seria no dia 13 de maio, em Fátima. Cerimónia que contou com a presença da criança e dos seus familiares.
O Papa Francisco, tornou-se no quarto papa a visitar a Cova da Iria, em Fátima, depois das visitas do Papa Paulo VI, em 1967, São João Paulo II, em 1982, 1991 e 2000 e do Papa Emérito Bento XVI, em 2010.
Brany Cunha Lisboa com José Mário Fernandes
Abel Veiga
Notícia de Téla Nón
Foto: Agência Ecclesia