Andrea Tornielli – Cidade do Vaticano
O sexto aniversário da eleição vê o Papa Francisco comprometido em um ano cheio de importantes viagens internacionais, marcado no início e no final, por dois eventos “sinodais”: o encontro para a proteção de menores realizado no Vaticano em fevereiro passado, com a participação dos presidentes das Conferências Episcopais de todo o mundo, e o Sínodo especial sobre a Amazônia, que será celebrado – também no Vaticano -, em outubro próximo. De notável impacto a recente viagem aos Emirados Árabes que viu o Bispo de Roma assinar uma Declaração conjunta com o Grande Imame de Al-Azhar. Um documento que se espera possa ter consequências no campo da liberdade religiosa. O tema ecumênico prevalecerá nas próximas viagens à Bulgária e depois à Romênia, enquanto a desejada, mas ainda não oficializada viagem ao Japão, poderá ajudar a recordar a devastação causada pelas armas nucleares, como advertência para o presente e para o futuro da humanidade que experimenta a “terceira guerra mundial em pedaços”, da qual o Papa fala frequentemente.
Mais uma vez, o Papa chamou ao essencial: a Igreja não é formada por super-heróis (nem mesmo por super-papas) e não avança com a força de seus recursos humanos ou estratégias. Sabe que o maligno está presente no mundo, que existe o pecado original, e que para nos salvarmos, precisamos da ajuda do Alto. Repeti-lo não significa diminuir as responsabilidades pessoais dos indivíduos e nem mesmo as das instituições, mas situá-las em seu real contexto.
“Com esta solicitação de intercessão” – estava escrito no comunicado vaticano com o pedido do Papa para a oração do Terço em outubro passado – “o Santo Padre pede aos fiéis de todo o mundo para rezar para que a Santa Mãe de Deus coloque a Igreja sob seu manto protetor: para preservá-la dos ataques do maligno, o grande acusador, e ao mesmo tempo torná-la cada vez mais consciente dos abusos e erros cometidos no presente e no passado”.
No presente e no passado, porque seria um erro “descarregar” sobre aqueles que vieram antes de nós as culpas e apresentar-nos como “puros”. Também hoje a Igreja deve pedir a Alguém para ser libertada do mal. Um dado de fato que o Papa, em continuidade com seus antecessores, recorda constantemente.
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