Capítulo Um O que a Palavra de Deus tem a dizer sobre os jovens?
O Santo Padre começa lembrando personagens juvenis bem conhecidos no Antigo Testamento como José, que, apesar de ser o mais jovem entre os filhos de Jacó, torna-se favorecido por Deus. Gideão é apresentado como um jovem que fala francamente a Deus. Desta forma, ele expressa sua juventude. Outros personagens importantes no Antigo Testamento são Samuel, Saul, Davi, Salomão, Rute e o servo judeu na casa de Namaan, o sírio. Todos esses personagens receberam sua missão de Deus enquanto estavam em sua fase juvenil de vida. Neles, vemos um Deus que se interessa particularmente pelas questões dos jovens.
O Novo Testamento continua o tema da juventude em várias narrativas. Entre estes pode ser lembrado a famosa parábola do filho mais novo em Lucas 15. Ele arrisca sua vida e quando ele percebe que ele fez errado não tem medo de mudar de curso e voltar para casa. Este personagem é contrastado com o filho mais velho que permanece em casa com um coração frio, sem vontade de perdoar e se alegrar com o Pai e sua família. Em sua pregação, Jesus continuamente exalta ser jovem. Ele fala do maior entre seus discípulos tornando-se como o mais novo. Paulo continua esta discussão quando ele exorta a Timóteo que sua juventude não seja desprezada por ninguém (1 Tm 4:12).
O fato de os jovens serem mencionados positivamente na exortação não significa que os idosos devam ser desrespeitados. Pelo contrário, uma exortação para respeitá-los é firmemente confirmada. “Da mesma forma, os mais jovens estão sujeitos aos anciãos” (1Pe 5: 5). Ser jovem é estar disposto a mudar e, ao mesmo tempo, ser sábio como as jovens que aguardavam a chegada do noivo. Todos os jovens devem estar prontos para ouvir as palavras de Jesus que foram pronunciadas ao jovem: “Jovem, digo-vos, levante-se” (Lucas 7:14).
Capítulo dois Jesus, sempre jovem
O Santo Padre fala de um Jesus que é jovem e assim santifica ser jovem. Quando criança, ele aparece como refugiado no Egito e depois é repatriado para Nazaré. Ele é visto entre as multidões no Jordão para ser batizado e ouve as palavras: “Você é meu filho amado”. Tais palavras devem soar aos ouvidos de todos os jovens de hoje.
Também vemos Jesus sendo obediente a seus pais após o episódio de ter ficado para trás no templo. Lucas enfatiza que Jesus cresceu em sabedoria, idade e graça diante de Deus e do homem. Como sinal de sua obediência, aprendemos que ele aprendeu o ofício de pai como carpinteiro (Mc 6: 3). Ele não era um jovem egoísta. O episódio em que ele se perdeu nos dá uma indicação de que ele se relacionava livremente com as multidões e suas próprias relações. Foi por essa razão que seus pais começaram a procurá-lo entre suas relações pensando que ele estava viajando com eles. O uso da palavra synodia [1] é importante para observar o jovem Jesus.
Os dias de juventude de Jesus nos ensinam, especialmente os jovens, que é importante ter um relacionamento correto com o pai e a importância da família. Isto requer abertura ao Espírito Santo que, por sua vez, permite ao jovem reconhecer sua missão e vocação pessoal. Como Jesus, os jovens precisam mostrar compaixão pelos pobres e doentes.
A mensagem de uma Igreja jovem não é apenas para os jovens, mas para toda a Igreja. A Igreja deve estar sempre aberta à renovação. Ela é jovem quando está aberta à palavra de Deus, a Eucaristia, retornando constantemente à sua fonte, que é o próprio Cristo e atenta aos sinais dos tempos.
Neste esforço, a Igreja tem em primeiro lugar Maria como modelo de ser jovem. Assim como uma pessoa jovem, ela não teve medo de fazer perguntas sondadoras quando recebeu o anjo (Lucas 1:34) e finalmente aceitou sua missão (Lucas 1:38). Os jovens podem aprender com Maria que não estava com medo. Ela abraçou sua missão totalmente sem ser subjugada pelos sofrimentos de seu filho. Ela se tornou uma influenciadora através de grossas e finas.
A Igreja está repleta de muitos modelos de santidade que eram jovens. Entre eles, podemos lembrar o Beato Isidore Bakanja, do Congo, que foi torturado por propor o cristianismo a outros jovens e, antes de morrer, perdoou seu carrasco.
Capítulo três Você é o ‘agora’ de Deus
O Santo Padre enfatiza que os jovens não são simplesmente o futuro da Igreja. Pelo contrário, são o presente e devem, portanto, assumir responsabilidades próprias da Igreja e da sociedade em geral. Ser o ‘agora’ de Deus, portanto, também requer que os adultos escutem os jovens e evitem dar respostas pré-embaladas para eles. Os adultos precisam estar cientes de que os próprios jovens estão trazendo sementes da vida divina dentro deles.
O ‘agora’ dos jovens mostra que muitos jovens estão expostos ao sofrimento e à manipulação por várias ideologias. Essas ideologias encorajam os jovens a ridicularizar os outros com base na sexualidade, raça e outros. Às vezes, os jovens vivem em constante marginalização devido à sua filiação religiosa, posição econômica e até mesmo etnia. A Igreja não pode ficar indiferente aos problemas dos jovens. Como mãe, ela deve chorar diante de todos esses problemas. Seu choro é um sinal de sua misericórdia e compaixão.
O Santo Padre continua enfatizando três importantes questões que afetam atualmente os jovens:
- O ambiente digital, que possui pontos brilhantes e escuros. Do lado positivo, o ambiente digital permite que os jovens se envolvam politicamente e, assim, se envolvam ativamente nos assuntos públicos. Negativamente, porém, o ambiente digital pode levar à solidão, manipulação, notícias falsas e violência com os vícios e perda de contato com a realidade concreta.
- A migração, que continua a ser a principal preocupação da Igreja, especialmente para aqueles que fogem da guerra, violência, perseguição, fome, desastres naturais e pobreza. Pode levar a uma fragmentação das famílias. Para muitos migrantes, a Igreja continua sendo um ponto de referência. Do lado positivo, a migração pode ser sobre o encontro e o encontro de culturas que devem ser apreciados. Desta forma, torna-se uma fonte de enriquecimento tanto para os migrantes como para as sociedades receptoras.
- Abuso, especialmente abuso sexual, que foi até mesmo perpetrado por alguns líderes da Igreja. O Santo Padre condena este mal e ao mesmo tempo aplaude a coragem de todos aqueles que se manifestaram abertamente contra ele.
Ao concluir este capítulo, o Santo Padre convida os jovens a se renovarem com a esperança que somente Jesus dá. Ao mesmo tempo, ele convida os jovens a se unirem para que possam enfrentar seus desafios como uma força unida.
Capítulo quatro Uma grande mensagem para todos os jovens
O Santo Padre fala das exigências da fé que os jovens precisam saber:
- Deus ama você: isso explica o valor, importância e importância dos jovens diante de Deus.
- Cristo salva você: Ele salva todos os jovens por amor e ninguém está à venda. Nenhuma ideologia pode salvar um jovem.
- Cristo está vivo: Ele não é uma figura distante de dois mil anos atrás, mas permanece uma presença influente e ativa hoje na vida dos jovens.
- O Espírito dá a vida: Todos os jovens têm que se abrir para o Espírito Santo, que é o único capaz de manter viva a esperança da salvação.
Capítulo cinco Caminho da Juventude
O Santo Padre inicia uma análise do que significa viver os anos da juventude à luz do evangelho. A juventude é uma época de sonhos e decisões de onde os jovens são chamados a seguir em frente sem se separar de suas raízes. É claro que tentações como reclamar, desistir e ansiedade certamente virão. Por esta razão, os jovens devem ser capazes de exercer paciência e não esperar resultados imediatos. Eles não devem ter medo de tentar algo novo, mesmo que não tenham medo de cometer erros.
Ao viverem a juventude, os jovens são encorajados a aproveitar as pequenas bênçãos diárias e ter um amigo constante em Jesus. A chave para manter essa amizade é a oração. Essa amizade permite o crescimento na maturidade, pois o jovem permanece cimentado no Senhor, “estando on-line” “estando conectado”.
Envelhecer requer carinho e preservação das coisas mais preciosas sobre a juventude, mas também ter que purificar as coisas que não são boas e receber novos dons de Deus para que se possa desenvolver as coisas que realmente importam. Isso requer que o jovem cresça para ser verdadeiramente ele mesmo. Um forte aviso é indicado aqui. “Não seja uma fotocópia de outra pessoa”. Seja mais de si mesmo, tornando-se o que o Senhor desejou sonhar e criar.
O Santo Padre prossegue dando três maneiras de como esse crescimento até a maturidade pode ser alcançado:
- Caminhos da fraternidade, que encontram expressão na beleza oculta dos outros, sua dignidade como criaturas de Deus e filhos do Pai. Esta fraternidade é expressada maravilhosamente no provérbio africano que diz: “Se você quer ir rápido, vá sozinho. Se você quiser ir longe, vá junto ”.
- Ser jovem e comprometido permite ir além de pequenos grupos. Isso pode encontrar expressão na assistência aos idosos, aos doentes, aos bairros pobres, aos sem-teto e aos necessitados. É importante que os jovens se vejam como protagonistas da mudança.
- Ser missionários corajosos que sejam chamados a ser testemunhas do evangelho onde quer que se encontrem e estejam conscientes de que não há fronteiras para o trabalho missionário. O Senhor procura todos e todos devem participar no trabalho missionário.
Capítulo seis Jovens nas raízes
Este capítulo procura encorajar os jovens a não se deixarem desenraizar da sua cultura e origens. Tal desarraigamento, infelizmente, empresta o jovem ao perigo de ideologias que encorajam o jovem a ignorar a história, rejeitando a experiência dos mais velhos e menosprezando o passado. O Santo Padre chama essas ideologias de mestres de manipulação que desprezam tudo o que não é jovem. Ela encontra expressão no chamado culto da juventude, que vê o envelhecimento como um problema. Ocasionalmente, esse culto também tende a homogeneizar os jovens, obscurecendo o que é distintivo em suas origens. O Santo Padre faz um apelo claro para que os jovens rejeitem esse culto da juventude, pois promete uma vida superficial.
Tendo condenado o culto da juventude, o Santo Padre passa a enfatizar a importância de um relacionamento com os idosos. “Ajudar os jovens a descobrir a riqueza viva do passado, valorizar sua memória e utilizá-la para suas escolhas e oportunidades é um ato genuíno de amor para com eles”. Até mesmo as Escrituras enfatizam essa relação harmoniosa, como se vê no quarto mandamento e na literatura de sabedoria. Os anciãos, portanto, podem ajudar ou ensinar os jovens das seguintes maneiras:
- Uma vida sem amor é uma vida árida.
- Ansiedade sobre o futuro pode ser superada.
- Há mais alegria em dar do que em receber.
- O amor não é apenas mostrado em palavras, mas também em ação.
Como parte deste capítulo, o Santo Padre exorta os jovens da seguinte maneira: “Evite os jovens que pensam que os adultos representam um passado sem sentido e aqueles adultos que sempre pensam que sabem como os jovens devem agir. Juntos, vamos buscar um mundo melhor, auxiliado pelo Espírito Santo ”.
Capítulo sete Ministério de Mocidade
Ao defender um ministério de jovens melhorado, o Santo Padre encoraja uma abordagem sinodal. Naturalmente, é importante utilizar métodos que funcionaram no passado, sejam rotulados de conservadores ou liberais, tradicionais ou progressistas. O importante é promover uma comunicação eficaz da alegria do evangelho. Tal abordagem sinodal encoraja, assim, uma forma de co-responsabilidade de tal forma que ninguém é excluído. A unidade da Igreja não deve ser vista como monolítica como tal, mas como uma rede de dons variados.
Duas abordagens importantes precisam se destacar no ministério de jovens. O primeiro é o alcance e o segundo é o crescimento. Outreach refere-se a alcançar aqueles que estão fora da Igreja através de vários meios, como mídias sociais, músicas, vídeos, músicas e outros meios capazes de tocar os corações dos jovens. O crescimento se refere àqueles que já estão dentro da Igreja e que devem experimentar ainda mais o amor na vida cristã, à medida que se aprofundam na doutrina e moralidade cristãs. A doutrina cristã deve se concentrar no desenvolvimento do kerygma com a moralidade, enfocando a importância do amor fraterno.
As instituições desempenham um papel importante no Ministério da Juventude. Estes devem ser acolhedores e ser como um verdadeiro lar e família para os jovens. Eles devem ser colocados onde os jovens podem ir e vir. A preservação e / ou criação de oratórios e centros de juventude devem ser promovidos. Além disso, instituições educacionais, como escolas e universidades, devem ser mantidas e estas não devem apenas dar formação acadêmica, mas também cultivar o kerygma e estar engajadas na formação cultural. Embora estas instituições devam participar de várias atividades como esportes e arte, a Palavra do Senhor, a Eucaristia, a Reconciliação e a importância da vida dos santos nunca devem ser esquecidas.
O Ministério da Juventude não deve se limitar ao que estamos familiarizados, mas também deve ir aos espaços populares onde os jovens já estão. Isso faz parte da postura de divulgação e é nesses espaços que a Igreja pode ser vista como se estivesse de portas abertas. Estes espaços populares permitirão o acolhimento de pessoas com uma visão de vida diferente e pertencentes a outras religiões ou mesmo fora da religião. O importante a manter diante de nossos olhos é que todos os jovens estão no coração de Deus e, portanto, no coração da Igreja.
A participação na piedade popular como peregrinações faz parte do ministério de jovens. Em tudo isso, a importância do acompanhamento pelos adultos nunca pode ser exagerada. Entre as qualidades de tais adultos, merecem menção especial: Um cristão fiel, buscando a santidade, confiante, não julgador, ouvinte, autoconsciente, reconhecendo os próprios limites, reconhecendo a própria humanidade, comete erros e acreditando nos jovens.
Capítulo oito Vocação
Neste capítulo, o Santo Padre sublinha o fato de que Deus tem um plano maravilhoso para todos nós e a importância do chamado à santidade. Deus nos chamou para uma amizade e Jesus quer ser amigo de todo jovem. Toda vocação requer que a pessoa esteja presente para os outros e se ocupe do serviço missionário. Estar lá para os outros pode assumir duas formas, ou seja, amor / família e trabalho.
Muitos jovens sentem intensamente o chamado ao amor com a visão de formar uma família. O sacramento do matrimônio envolve esse amor na graça de Deus. Deus nos criou como seres sexuais e o sexo é um belo presente do Senhor. Sua finalidade é amar e gerar vida. De fato, para muitos jovens, a família continua sendo um ponto de referência, apesar dos problemas de divórcio e da desintegração das famílias. Quando isso acontece, observou-se que, ocasionalmente, os avós desempenham um papel decisivo e positivo. Eles devem ser valorizados e apreciados, pois fizeram muito em manter as famílias unidas, sendo úteis e cruciais no afeto e na educação religiosa.
O trabalho permite que os jovens adultos atendam às suas necessidades práticas, buscando o significado e a realização de seus sonhos e visões. No entanto, é também na área de trabalho que alguns jovens podem experimentar exclusão e marginalização. Isto é certamente verdade no emprego de jovens que afeta muitos países hoje em dia. Apesar do desemprego generalizado, o Santo Padre exorta os jovens a não desistir de seus sonhos e nunca aceitar a derrota.
Além da família e do trabalho, o Santo Padre prossegue indicando que algumas pessoas podem se sentir chamadas ao sacerdócio e à vida consagrada. É importante que aqueles que se sentem chamados a esses estados de vida o façam com confiança no Senhor.
Capítulo nove Discernimento
O discernimento é fundamental para descobrir a vocação de uma pessoa na vida, sem a qual podemos facilmente nos tornar presas de tendências passageiras. Tem a ver com a busca de um vislumbre desse plano único e misterioso que Deus tem para cada um de nós, o sentido da vida de alguém diante de Deus que conhece e ama todo ser humano. Os jovens devem fazer uso dos muitos sacerdotes, religiosos, profissionais leigos e outros jovens qualificados no processo de discernimento.
Conclusão
Como despedida, o Santo Padre convida os jovens do mundo a continuar correndo, atraídos pela face de Cristo que tanto nos ama, a quem adoramos na Santa Eucaristia e reconhecemos na carne de nossos irmãos e irmãs sofredores.
Pe. Dumisani Vilakati
Departamento Pastoral IMBISA
Abril de 2019
[1] A palavra sínodo deriva de duas palavras gregas, syn , “com” e hodos “caminho” e passou a significar juntos no caminho.