De 15 a 18 de Agosto, decorreu, na Diocese de Viana, o I Congresso Nacional do Clero de Angola. Fizeram-se presentes os Srs. Arcebispos e Bispos da CEAST e cerca de 330 sacerdotes das várias Dioceses de Angola e São Tomé e Príncipe. Esteve também presente, como convidado e prelector, Sua Eminência Dom Arlindo Cardeal Furtado, Bispo de Santiago, Cabo Verde. Igualmente presentes estiveram alguns sacerdotes convidados do Quénia, da IMBISA, do Brasil e de Portugal, que partilharam as suas experiências sobre a auto-sustentabilidade da Igreja.
Agradecemos ao Pai do Céu pelo momento de graça, que foi este I Congresso. Certamente ficará na história da Igreja em Angola e S. Tomé como um acontecimento de aprofundamento da nossa identidade sacerdotal e reforço da nossa missão de pastores.
Um agradecimento especial ao Santo Padre pela sua bênção a esta iniciativa; a Sua Eminência o Dom Fernando Cardeal Filoni, Prefeito da Congregação de Evangelização dos Povos, pela sua Mensagem de apoio e partilha; à Nunciatura Apostólica de Angola, pela sua presença e solidariedade afectiva.
Agradecemos aos Srs. Arcebispos e Bispos da CEAST pelo apoio dado, desde o início, a esta ideia do Congresso. Agradecemos à Comissão do Clero, na pessoa do Sr. Arcebispo D. Benedito Roberto, pelo empenho e coragem em assumirem a organização e realização do mesmo. Agradecemos aos sacerdotes, Irmãos e Irmãs religiosos, leigos e autoridades civis, que contribuíram para a concretização deste acontecimento. Agradecemos a todos os delegados, que se fizeram presentes, pelo modo activo e empenhado com que participaram no Congresso, fazendo do mesmo verdadeiramente um momento de afirmação, partilha e aprofundamento da nossa identidade de sacerdotes: homens de Deus, junto do povo.
Fruto das Conferências, partilhas e observações, assumimos os seguintes pontos:
1. Afirmação da importância de uma espiritualidade sacerdotal, que modele toda a vida do sacerdote, fazendo da configuração com Cristo o ideal de toda a sua existência.
2. Que o sacerdote se assuma primeiramente como aquele que preside à vida litúrgica e de oração da comunidade, dando uma atenção particular à Eucaristia e ao Sacramento da Reconciliação.
3. Que o sacerdote seja verdadeiramente um homem de Deus, junto do povo, vivendo uma vida de serviço disponível e humilde ao Povo de Deus.
4. Que se dê uma atenção cuidada aos candidatos ao sacerdócio, tendo em conta as orientações da nova Ratio Fundamentalis Institutionis Sacerdotalis, bem como ao acompanhamento e à formação permanente dos sacerdotes, particularmente aos recém-ordenados, aos doentes e idosos.
5. Que o sacerdote seja, como nos ensina o Santo Padre Papa Francisco, um homem em saída, que vá ao encontro das suas ovelhas, seja homem de perdão e misericórdia, solidário e atento aos mais pobres, próximo de todos.
6. Que o sacerdote cultive relações sadias e fraternas com o seu Bispo e os colegas de presbitério e também relações fraternas e próximas com todas as outras pessoas, mas com a prudência necessária.
7. Que o sacerdote saiba trabalhar com os outros, numa pastoral de conjunto, em que se aproveitem e respeitem os carismas pessoais e institucionais dos vários agentes com quem leva avante o projecto pastoral que dinamiza. A Igreja é de todos os baptizados.
8. Que o sacerdote assuma a sua identidade sacerdotal e a sua vocação de serviço e evangelização em todas as situações e âmbitos de vida: na paróquia, na escola, nas famílias, no hospital, nas prisões, nos meios de comunicação social, no desporto, na rua…
9. Que o sacerdote procure conhecer bem a realidade social da área em que vive e trabalha: o número de baptizados, a realidade sócio-económica da comunidade, os vários grupos religiosos presentes, os desafios que a Igreja enfrenta naquele local, a fim de encontrar as respostas pastorais mais adequadas.
10. Que o sacerdote dê uma atenção especial aos jovens, procurando criar dinamismos de acolhimento, escuta e integração dos mesmos na comunidade cristã.
11. Que o sacerdote se empenhe verdadeiramente no bem comum da sociedade, particularmente como agente de educação para a paz e a solidariedade, chamado que é a ser com Cristo, para além de sacerdote e rei, também profeta, capaz de anunciar a Boa Nova e denunciar o pecado do mundo.
12. Que o sacerdote saiba viver modestamente, solidário com os mais pobres, partilhando bens e capacidades.
13. Que o sacerdote, embora nunca deixando de confiar na providência divina, procure fazer render os bens que lhe são confiados, de modo a que, cada vez mais, a auto-sustentabilidade das nossas Igrejas seja uma realidade, tentando também consciencializar os cristãos para a responsabilidade que têm na sustentação do sacerdote e da Igreja.
14. Que o sacerdote seja luz de esperança na sociedade e na Igreja, sem nunca perder o ânimo, já que Jesus Cristo o Bom Pastor e Maria Mãe dos sacerdotes sempre estarão a seu lado.
Deus abençoe Angola e São Tomé e Príncipe.
Deus abençoe as nossas Igrejas.
Deus abençoe os nossos sacerdotes.
Viana (Angola), 18 de Agosto de 2019
A Comissão Episcopal do Clero