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Bispo Diocesano participa da 12ª Assembleia Missionária da IMBISA em Maputo

De 13 a 17 de Novembro, 2019 os Bispos da IMBISA (Associação Inter-regional dos Bispos da África Austral) estarão reunidos em Maputo, Moçambique, para a 12ª Assembleia Plenária subordinada ao tema: “Reforço da comunhão na IMBISA para uma colegialidade efectiva para melhor responder à protecção das crianças e pessoas vulneráveis bem como da Terra, a nossa casa comum”.

BAPTIZADOS E ENVIADOS

A IMBISA PREPARA-SE PARA UMA ASSEMBLEIA MISSIONÁRIA

 

Pe. Dumisani VilakatiDepartamento Pastoral da IMBISA

De 13 a 17 de Novembro, 2019 os Bispos da IMBISA (Associação Inter-regional dos Bispos da África Austral) reunirão em Maputo, Moçambique para a sua Décima Segunda Assembleia Plenária subordinada ao tema: “Reforço da comunhão na IMBISA para uma colegialidade efectiva para melhor responder à protecção das crianças e pessoas vulneráveis bem como da Terra, a nossa casa comum”.

A Plenária é realizada tendo como pano de fundo o recente mês missionário Extraordinário que enfatizou a obrigação de todos os cristãos de redescobrir o seu mandato missionário. Três assuntos, propriamente missionários, podem ser discernidos do tema, a saber: o apelo à comunhão e colegialidade, protecção de crianças e pessoas vulneráveis bem como da Terra.

O primeiro é a comunhão e a colegialidade efectiva, especialmente importante entre os Bispos. Isto chama a atenção para o facto de que o trabalho missionário nunca é feito individualmente. Quando Jesus enviou tanto os Doze (Lucas 9, 1-6) ou os Setenta e dois (Lucas 10, 1-23) notamos que ele os enviou em grupos ou, pelo menos, em pares. Mesmo no final do evangelho de Mateus (28, 16-20), Jesus dirige o mandato missionário aos  onze ao enviá-los a fazerem discípulos de todas as nações, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os como os mandou assegurando-os da sua presença. Isto continuaria a informar a actividade missionária da Igreja nascente como pode ser visto em muitas passagens dos Actos dos Apóstolos e em muitas cartas de São Paulo. Paulo refere-se especificamente a este assunto a certa altura da sua actividade missionária ao sentir a necessidade de se encontrar com os seus colegas apóstolos, para não trabalhar em vão (cf. Gal 2:2). Isto ensina-nos que a actividade missionária é feita de forma corporativa.

A actividade missionária não é opcional ou um extra para os baptizados, mas um elemento constitutivo de todos os baptizados enviados por Deus a anunciar o Evangelho de Jesus Cristo.

O segundo ponto refere-se à protecção das crianças e pessoas vulneráveis. Este ponto deve ser lido no contexto dos escândalos do abuso sexual do clero e religiosos. A actividade missionária da Igreja inclui o desenvolvimento integral de pessoas libertando-as de todas as formas de opressão. Obviamente, aqueles que foram abusados sentiram-se feridos espiritual, física e psicologicamente e procuram alguma forma de libertação. O Papa São João Paulo II sublinha este facto no parágrafo 8 da Redemptoris Missio quando afirma: “A missão ad gentes continua hoje, na maior parte das regiões meridionais do mundo, onde acção em nome do desenvolvimento integral e libertação de todas as formas de opressão é uma necessidade urgente”. Ele continua citando os Bispos latino-americanos em Puebla, dizendo: “o melhor serviço que podemos oferecer aos nossos irmãos é evangelização, que os ajuda a vivar e a agir como filhos de Deus, libertando-os das injustiças e ajudando-os no seu completo desenvolvimento”. A atenção ao assunto do abuso sexual das crianças e pessoas vulneráveis não pode assim ser visto como uma opção, mas estando no âmago dos esforços missionários da Igreja.

O terceiro ponto do tema refere-se à protecção da Terra, a nossa casa comum. Cuidar dela é um acto de caridade tanto quanto é direccionado para o bem-estar do vizinho/irmão. No último Colóquio da IMBISA sobre a Laudato Si, o Pe. John Selema notou o seguinte: “O aspecto da ecologia (do ambiente) tem sido sempre visto como uma área que é agora é famosa como espiritualidade. Um exame cuidadoso da compreensão da missão da Igreja na sua evolução até ao presente pode ajudar-nos a apreciar o crescimento da consciência da Igreja da sua missão como totalmente inclusiva para além da mera proclamação. Uma evolução das definições sobre a missão da igreja propõe uma nova armação da agenda missionária”. Isto é enfatizado na Laudato Si (66) quando o papa Francisco afirma: “a vida humana está baseada em três tipos de relações: com Deus, com o nosso irmão e com a própria Terra”. A actividade missionária é chamada a reparar as relações e fazemos bem em repará-las com a Terra, o irmão e o próprio Deus. Assim, como tal, o cuidado da Terra não é opcional mas bem central à mensagem da fé.

Por isso, em conclusão, é correcto ver o tema para a próxima celebração da Assembleia Plenária da IMBISA como missionário na sua orientação básica. O Papa Francisco lembra-nos no parágrafo 40 da sua Evangelii Guadium que devemos estar abertos ao crescimento das realidades da Igreja ao afirmar: “A própria Igreja é um discípulo missionário; ela precisa de crescer na sua interpretação da palavra revelada e na sua compreensão da verdade. É tarefa dos exegetas e teólogos ajudar  “o julgamento da Igreja a amadurecer”. Comunhão e colegialidade, protecção das crianças e pessoas vulneráveis bem como o cuidado da Terra encaixam-se no esquema da actividade missionária da Igreja. A actividade missionária não é opcional ou um extra para os baptizados, mas um elemento constitutivo de todos os baptizados enviados por Deus a anunciar o Evangelho de Jesus Cristo.