Mt 13, 36-43
“Explica-nos a parábola do joio no campo!”
O mal existe, mas não vem de Deus, que isto seja claro. O podemos respirar aqui e acolá e está sempre em ação. Ele se aproxima de nós para vencer, como gostaria que acreditássemos.
Como Jesus nos explica no evangelho hodierno, “o inimigo que o semeou é o Diabo”, o adversário, que existe e trabalha com astúcia (cf. 1Pt 5,8). Mas ele não é invencível. É um anjo caído e destituído, mas astuto, nada a ver com o herói ridículo criado pela modernidade.
Não tenhamos medo, porém, porque quem confia no Senhor tem o verdadeiro Guardião na casa do coração. O olhar de Deus está fixo nas suas criaturas, das quais Ele ama cada fragmento.
O mundo, por outro lado, construído sobre a violência, já começa a ser derrubado por sua própria lógica. Não precisamos nos esforçar para combater a violência, porque ela vai, de fato, se autodestruir.
Discípulo de Jesus não é aquele que não tem joio no coração, que não tem defeitos – “o perfeito”, “o puro”, “o salvo” – mas aquele que cobre o mal com o bem, que coloca menos possível o mal que vive no seu coração (cf. Rm 12,17-21; 1Pt 3,13-17).
Ele é aquele que peca sete vezes ao dia, mas faz o bem setenta vezes sete (cf. Mt 18, 21-22). O mal morde a carne de todos, mas pode ser derramado com bondade e coragem.
Quando tu, irmão/irmã, abres o Evangelho, sentes um sabor de pecados e de culpas, ou de espigas maduras e celeiros cheios? Saiba disto: o Senhor, que confia até na cana rachada (Mt 12,20), também conta contigo. Ademais, diante d’Ele, não conta as tuas deficiências ou fraquezas, mas sim os passos dados no caminho do bem.
E se é verdade que Deus acende em cada coração a primavera do cosmos, cabe a nós, discípulos, nós tornar um verão de colheita. Preocupemo-nos, portanto, “hic et nunc” (aqui e agora), com a boa semente, protejamos todos os rebentos. E lentamente todo o nosso ser entrará na luz.
Boa meditação, caríssimos. JB