Mt 13, 44-46
“... foi vender tudo quanto possuía e comprou aquele campo”.
Sem terem planejado, um homem e um negociante encontram dois tesouros. O primeiro, talvez um agricultor, o descobre entre espinhos e pedras, num campo alheio, e “foi vender tudo quanto possuía e comprou aquele campo”.
O outro, o negociante de pérolas, um bom conhecedor, depois de beijar a chance de uma nova e feliz vida, encontrando uma pérola de grande valor, “foi vender tudo quanto possuía e comprou essa pérola”.
Ambos, portanto, atraídos pelo amor, metem em jogo todas as suas fortunas, para se apossar, respectivamente, do tesouro e da pérola. Tomam decisões extremas, “vendendo tudo quanto possuía” para obter esses dois tesouros. O que não se faz por amor?
Caríssimos, se cresce na vida não por impulsos de vontade, mas de paixão – “pois onde estiver o nosso tesouro, aí estará também o nosso coração” (Mt 6,21) -, portanto, nós nos movemos somente se estivermos apaixonados. O que não se faria por amor?
Saibais disto, caríssimos: Deus passa, como diz Teresa d’Ávila, “entre as panelas da cozinha”, está todos os dias no nosso campo, onde vivemos e trabalhamos, como um paciente agricultor.
Após a descoberta, segue o compromisso: o homem e o comerciante vendem o seu “tudo” para ganhar “TUDO”. Eles não perdem, mas sim investem.
O mesmo acontece com os discípulos de Jesus: eles não são melhores que os outros, mas se enriqueceram por encontrar Jesus, qual tesouro de esperança, de luz, do céu, do coração, o próprio Deus.
Jesus, portanto, é o Tesouro. Nós, cristãos, que O encontramos, não obstante as nossas fraquezas e imperfeições, nos sintamos como o homem sortudo e o negociante rico de evangelho de hoje, porém, que seja bem claro, não por orgulho, mas sim por responsabilidade.
Pois, Deus é um tesouro porque o Evangelho não é penitência, mas sim a força vital; a fé não é renúncia, mas sim o sol que nos faz florescer por dentro.
Boa meditação, caríssimos. JB