1Reis 19,4-8; Ef 4,30-5,2; Jo 6, 41-51
“Eu sou o pão vivo que desceu do Céu”.
O evangelho deste domingo é a continuação daquele do domingo passado, no qual Jesus, depois de ter realizado o grande milagre da multiplicação dos pães, continua a explicar às pessoas o significado daquele “sinal”. E hoje, Ele se apresenta: “Eu sou o pão vivo que desceu do Céu”.
Nem por isso foi acolhido e aceite. Os presentes ao escutarem a tal afirmação, se escandalizam, não compreendem e começam a murmurar entre si: “… não é ele Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe conhecemos? Como, pois, diz ele: ‘Desci do céu?’” Não conseguem ir além das suas origens terrestres de modo que, para eles, não é, portanto, possível que Ele venha do alto.
Então Jesus responde: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair” e acrescenta: “quem crê em mim tem a vida eterna”. O Senhor os introduz na dinâmica da fé, que é uma relação entre a pessoa humana — todos nós — e a Sua Pessoa, onde um papel decisivo é desempenhado pelo Pai, e naturalmente também pelo Espírito Santo — que aqui está subentendido. Para que isso aconteça é necessário que os nossos corações estejam abertos à ação do Espírito de Deus.
Já aqueles judeus, para além do preconceito, possuíam uma certa dureza de coração, como comentou S. Agostinho, “estavam distantes daquele pão celeste, e eram incapazes de sentir fome dele. A boca do seu coração estava enferma… Com efeito, este pão exige a fome interior do homem” (Homilias sobre o Evangelho de João, 26, 1).
Pois, saibais disto, caríssimos: somente quem é atraído por Deus Pai, quem o ouve e se deixa instruir por Ele pode acreditar em Jesus, encontrá-Lo e alimentar-se d’Ele para ter a vida em plenitude, a vida eterna. Daí que o conteúdo torna claro: Jesus é a salvação para o povo de Israel como maná no deserto. Devo dizer que este mistério, antes de nos surpreender segundo a lógica racional, nos maravilha segundo aquela lógica de amor.