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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

19ª Semana – Quarta-feira – T.C.

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Santa Clara, Virgem (séc. XIII)

Mt 18, 15-20

Se ele te escutar, terás ganho o teu irmão”

 

Depois de pedir aos seus discípulos que se tornassem crianças (cf. Mt 18,3-4), isto é, a partir da sua fragilidade e pequenez, reconhecer a grandeza do Amor de Deus, hoje o Senhor os convida à correção fraterna no seio da comunidade cristã.

 Os historiadores bíblicos  nos dizem que, com toda probabilidade, Mateus está descrevendo a prática usada nas comunidades primitivas em relação a um discípulo que tenha cometido um pecado público.  E essa prática se expressa em três graus: colóquio amigável face a face, em privado;  se o outro não escutar, dois outros irmãos intervirão como testemunhas;  e se não for encontrada uma solução, a comunidade terá que intervir e assumir a responsabilidade de forma oficial.

 É um mecanismo de atenção afetiva e efetiva para com os que erram, sem humilhá-los, mas aumentando gradativamente a força de persuasão.

 Quão diferente é o método que encontramos hoje nas nossas comunidades!  Na maioria dos casos, mais do que se preocupar amigavelmente, se procura destruir o próximo;  até na igreja, onde se poderia conhecer melhor o irmão e desejar o seu bem.

 Então, se alguém cometer um erro, quem se importaria de o ajudar?  Nós preferimos fofocas, até fingimos que nada esteja acontecendo … abandonando o próximo a sua sorte …

Caríssimos, “em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo e confiou-nos a palavra da reconciliação” (2Cor 5, 19).  A Igreja é uma comunidade em que os irmãos são responsáveis ​​pela fé dos seus irmãos e, discordando-me de Caim, guardas uns dos outros (cf. Gn 4,9).

Pois a mesma comunidade, mais que dos esforços humanos, que podem terminar em fracasso, depende do “Pai que está nos céus”: é o Pastor que vai a busca da ovelha perdida;  é Ele quem, “onde dois ou três estão reunidos em seu nome, aí está entre eles”; então é Ele, o Pai, quem tudo o que pedirmos, ser-nos-á concedido.

 Escutando, portanto, o que o Senhor disse, mesmo que o irmão se recuse a nos escutar, como fez a primeira comunidade cristã, ainda temos um dever a cumprir, isto é, rezar por ele, entregá-lo nas mãos do Pai. 

Saibais disto, caríssimos: onde os homens falham, Deus, para quem nada é impossível (cf. Lc 1,37), sempre consegue.  Portanto, queridos amigos, talvez seja oportuno voltar a aprender o “ABC” da fé com as primeiras comunidades cristãs.

Boa reflexão, caríssimos. JB