Santa Rosa de Lima, Virgem (séc. XVI)
Mt 23, 13-22
“Ai de vós, guias cegos…”
São as palavras duras de Jesus contra os escribas e fariseus que fazem da vida um palco. E para com eles, Ele não usa diplomacia e ataca subitamente toda a hipocrisia manifesta e oculta.
Pois, eles, na aplicação das leis de Moisés, desencaminharam a si mesmos e a outros a quem deveriam ter ensinado os caminhos de Deus.
E isto se torna ainda agravante quando acontece com o falso suporte da hipocrisia. Com este modo sutil, de facto, eles fazem de tudo para atrair os prosélitos que então com seu mau exemplo os direcionam para a perdição – “fazeis dele um filho do inferno, duas vezes pior do que vós”, disse Jesus. Pois, Ele mesmo já tinha dito: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois no buraco?” (Lc 6,39).
Os falsos pastores também estão envolvidos nos “ai de vós” do Senhor, pois são aqueles que impõem fardos insuportáveis aos outros com seus falsos moralismos, enquanto dispensam voluntariamente qualquer regra moral. Portanto, para mim pastor, tu pastor, nós pastores, é um momento de exame de consciência … “mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa!”.
Com os “ai de vós”, Jesus afirma o verdadeiro papel dos pastores e guias: devem indicar com palavras e exemplos o caminho para o Reino dos céus; eles devem indicar o caminho da salvação eterna; devem reafirmar a sinceridade de vida e a adesão livre e sincera a Deus.
Nas palavras de Cristo, devemos compreender também a condenação explícita de todos os formalismos externos, que reduzem a religiosidade apenas a expressões externas e superficiais, mais aptas a exibir para atrair o consentimento dos outros do que a prestar a verdadeira adoração a Deus.
Esses “ai de vós” de Jesus ecoam ameaçadoramente no nosso mundo, onde quer que a hipocrisia, a falsidade e a cegueira ainda estejam à espreita. Destinam-se a qualquer pessoa que engane e depois conduza ao mal.
Por fim, os “ai de vós” são um aviso a todos nós, seguidores de Cristo: quando não somos autênticos, quando não procuramos a unidade entre a fé e a vida e quando não somos cristãos no fundo do coração.
Façamos nossa esta oração do cego Bartimeu: “Jesus, Filho de David, tem piedade de mim” (Mc 10,47)!
Boa meditação, caríssimos. JB