S. Mónica (séc. IV)
Mt 25,1-13
“… Aí vem o Esposo: ide ao seu encontro”.
Mais uma vez o Senhor nos adverte para estamos preparados: “vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora”.
Com esta parábola, Ele evoca, com a imagem nítida das dez virgens, a expectativa vigilante do Esposo. Por isso, o cristão não deve ficar desarmado, distraído. Ademais, o próprio Jesus proclamou repetidas vezes a sua vinda: certamente no fim dos tempos, mas também no fim da vida terrena de cada um de nós, a morte.
E desta expectativa vigilante e alegre, na parábola, um elemento deve fazer-nos refletir: o Esposo se demorava em chegar e as virgens foram levadas pelo sono, do qual, uma vez acordadas com o grito “aí vem o esposo; ide ao seu encontro”, umas se identificarão prudentes e outras insensatas.
As virgens prudentes, caríssimos, representam aqueles crentes que, mesmo envolvidos no sono deste mundo, quais fadigas, tristezas e alegrias desta vida, muniram-se de azeite, ou seja, de fé, e se tornaram capazes de superar qualquer dificuldade, perseverar até o fim e desfrutar da recompensa que merecem: a vida eterna e a ressurreição no último dia – “entraram com Ele para o banquete nupcial”.
Enquanto, as insensatas são aqueles que, no caminho da fé, se deixam envolver totalmente no sono da vida, quais frenesia e afazeres deste mundo até ao desespero – esquecendo-se que estão no mundo mas não são do mundo (cf. Jo 15,19) –, ou seja, ao ponto de abandonar a fé. Pois, estavam tão atentos ao futuro que se esqueceram do presente, de maneira que não conseguem viver nem o presente nem o futuro, portanto, perdem o encontro com o Senhor da vida – “não vos conheço”.
Pois é, caríssimos: mesmo se, as vezes, ficarmos oprimidos pelo cansaço, pelo peso de tantas situações …, nem por isso, o nosso coração, onde arde a pequena chama da fé, não possa ficar acordado na expectativa vigilante e amorosa. Com efeito, são nesses momentos que somos chamados a “manter viva a nossa fé, com a oração, com os sacramentos, estar vigilantes para não adormecer, para não esquecer de Deus…” (Papa Francisco, Audiência de 24.04.13).
Por isso, Jesus, com esta parábola, nos convida ao que S. Paulo, na sua primeira Epístola aos Tessalonicenses, afirma: “a vontade de Deus é que vos santifiqueis” (1 Tes 4,3). Jesus nos convida a não nos resignarmos à dor, mas sim, que em todas as noites da nossa vida, mantenhamos o olhar em direção a Cruz, na oração vigilante.
E a S. Monica fez isto. Pois, vendo realizado o seu desejo neste mundo, exclamou ao filho Agostinho: “… não sei o que faço ainda aqui, porque já nada espero deste mundo. Havia só uma razão pela qual eu desejava prolongar um pouco mais esta vida… Deus concedeu-me esta graça de modo superabundante” (S. Agostinho, As Confissões, 9, 10-11). Ela se santificou. Quão prudente ela foi! Certamente que, ao entrar para o banquete nupcial, não lhe foi dito pelo Esposo “não te conheço”.
Portanto, o Evangelho de hoje nos conecta com o de ontem, onde na expectativa, precisamos de estar vigilantes, “pois não sabeis o dia, nem a hora” que o Esposo chegará. Mas, estamos todos preparados mesmo para o encontro com Ele? Que não nos passe pela cabeça a ideia de sermos virgens insensatas, antes pelo contrário, com as nossas vidas, escutemos: “buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-O enquanto está perto” (Is 55,6).
Boa meditação e bom fim da Semana, caríssimos. JB