Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

22ª Semana – Quarta-feira – T.C.

IMG_5190

Lc 4, 38-44

Jesus falou imperiosamente à febre, e a febre deixou-a

 

 Ainda hoje, Lucas nos faz meditar os milagres de Jesus, e desta vez Ele começa com a sogra de Pedro. 

 O encontro com Deus cura-nos no profundo da alma, às vezes até no corpo.  A saúde do corpo é importante, mas não suficiente: muitas são as pessoas muito saudáveis, mas insatisfeitas e deprimidas; enquanto existem outras enfermas, no entanto, capazes de nos surpreender com a sua serenidade e a sua força interior.

 Ademais, quem vive a experiência de assiduidade quotidiana com o evangelho sabe que frequentar o Senhor em oração e meditação abre o coração e a mente para uma nova perspetiva e, como a emoção dum apaixonado, esse encontro nos proporciona nova energia.

 Todavia, com o milagre de hoje, Luca nos avisa o seguinte: se somos curados não é para estamos sentados desfrutando o bem estar, para nos sentirmos afortunados e nos separar do mundo, isto é, viver, como deplora o Papa Francisco, a dita “espiritualidade desencarnada” (Gaudete et Exsultate, n. 40), mas sim para nos colocarmos ao serviço de muitos irmãos que encontramos, ajudando, assim, o Senhor  Jesus na sua missão de “anunciar a boa nova do reino de Deus”.

Ao romper do dia, Jesus dirigiu-Se a um lugar deserto”. Eis o segredo da energia milagrosa do Senhor, o retiro e a oração intensa e solitária. Pois, o contacto noturno com o Pai O revigora e lhe dá a capacidade de escutar e de acolher quantos se dirigiam a Ele.

 Assim também para nós: para permanecermos na fé, para servirmos, para podermos curar a nós próprios e às pessoas que nos são confiadas, somos chamados a dedicar espaço e tempo à oração prolongada e à meditação da Palavra, pois, quanto mais  estivermos sobrecarregados de coisas, mais tempo precisamos para respirar Deus e viver d’Ele.

 Santo Agostinho, sobre a oração, na “Carta ao Proba e Comentário ao Pai nosso”, dizia: “somos feitos para a bem-aventurança e buscamos a bem-aventurança; e nesta inclinação natural do nosso ser, a oração é enxertada.  Nela pedimos a Deus para obter o bem que mais profundamente desejamos”.

 E assim, com a oração, fazemos fugir o nosso lado sombrio, o demoníaco, a parte esquizofrênica que nos faz professar a fé sem vivê-la. Que o Senhor satisfaça as nossas preces quotidianas, curando-nos de todos males que nos afetam, proporcionando-nos a saúde do corpo e da alma.

Boa meditação, caríssimos. JB