Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

22ª Semana – Sexta-feira – T.C.

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S. Gregório Magno, Papa (séc VI)

Lc 5, 33-39

Dias virão em que o noivo lhes será tirado… Nesses dias jejuarão

 

 Essas palavras de sabedoria são ditas por Jesus quando os fariseus e os escribas, seus perpétuos opositores, lançaram, contra Ele, as suas críticas corrosivas sobre jejum: “os discípulos de João Baptista e os fariseus jejuam muitas vezes e recitam orações. Mas os teus discípulos comem e bebem”.

 Jesus, ao diálogo, acrescenta uma parábola, destacando como seria errado rasgar um pedaço de uma roupa nova para remendar uma velha, como seria incorreto derramar o vinho novo em odres velhos, enquanto “deve deitar-se vinho novo em odres novos”.

 Estas palavras evidenciam a bela imagem e a metáfora eficaz de uma verdade nova e perene do Evangelho de Jesus: na medida em que o penetramos, rezamos e vivemos, não podemos permanecer apegados ao passado como a ostra à uma rocha. A mensagem de Jesus é tão nova que rompe os velhos esquemas da tradição judaica e não só. Daí que urge da nossa parte uma renovação absoluta.

 Caríssimos irmãos, Jesus nos convida todos a olhar para além, para cima: a sua presença é uma festa de núpcias, um Deus-Esposo, um Esposo com uma especial carga de vida, entusiasmo, desejo de comunhão e partilha de alegrias!  Mas quem pensaria em fazer dieta ou jejum naquele dia? Sim, “dias virão em que o noivo nos será tirado… nesses dias jejuaremos”.

 O que Jesus pede aos fariseus e também a nós é uma mudança radical de mentalidade: a experiência da fé é uma experiência alegre e abrangente do encontro com o Esposo que é Deus!  Todo o resto gira em torno dessa descoberta, e não adianta colocar uns empecilhos ou remendos a esta nova imagem de Deus, antes pelo contrário, deixemo-nos renovar pela sua Palavra e da mesma possamos assim tirar o “vinho novo” e o distribuir gratuita e generosamente, de modo que todos, sobretudo aqueles que ainda não conheceram Deus, possa fazer experiência d’Ele.

 Com Jesus, portanto, temos a ideia de um Deus que olha pra baixo, um Deus cuja “glória é o homem vivente” (S. Irineu, Contra Heresias, Liv. IV, 20, 5-7), que o homem esteja bem.  Que o Senhor nos dê um coração novo que saiba acolher o Seu Amor e depois, com gratidão, partilhá-lo com próximo.

 Boa meditação e bom fim de semana, caríssimos. JB