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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

22ª Semana – Sábado – T.C.

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Lc 6,1-5

O Filho do Homem é Senhor também do sábado…

 

Se ontem os fariseus e os escribas, a propósito do jejum, acusaram os discípulos de Jesus que comem e bebem (cfr. Lc 5,33), no Evangelho de hoje a mesma acusação se torna realidade.

 Confrontados com as espigas de milho maduras branqueadas numa extensão rural, os discípulos provavelmente estavam com fome, e a única maneira de aplacar a mesma fome era escolherem algumas orelhas para se alimentar!

 E os fariseus: “Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?” O sábado é o dia de descanso e oração. As leis que regulam os ritmos desse dia, para os judeus, são meticulosas e prevêem, entre outras coisas, que nem mesmo seja possível prover alimentos.

 Os fariseus, observadores obsessivos da Lei escrita e da tradição que se formou em torno dela, deduzem que Jesus não faz com que o dia de Deus seja observado com o devido escrúpulo. Por isso, Ele não pode ser reconhecido com autoridade de mestre. 

Mas “o Filho do Homem é Senhor também do sábado”, da Escritura, que conhece cuidadosamente, mesmo nas sutilezas e nuances que sabe interpretar;  da história de Israel, tirando do passado uma lição útil para o presente;  e do bom senso, que respeitando a lei na sua essência, não se deixa dominar pelo legalismo.

 A lei de Deus é a expressão do que Ele deseja: um desejo sempre dirigido ao bem do homem, infinitamente amado por Ele. Precisamente por isso a lei é sempre para o homem e nunca este para a lei! Não foi em vão que o próprio Rei Davi não a observou quando, faminto, se viu consumindo o pão que estava no templo, pão sagrado ao ponto que apenas os sacerdotes o poderiam tocar (1Sm 21,6-7).

Assim Jesus quebra a hierarquia de valores, permitindo-nos compreender a sua verdadeira identidade messiânica. Sim, Ele foi, é e será maior do que o sábado e a lei relacionada ao mesmo. Ele é o Senhor não apenas do sábado, mas de todo o universo. 

 Portanto, disto, os fariseus, como muitos de nós, se discordam. Porém, se a cegueira dos olhos é feia, a do espírito é muito pior.  Os puros de coração ‘vêem‘ a presença de Deus;  os cegos da alma também negam a evidência para se apegar ao seu miserável orgulho. Que o Senhor tenha piedade de nós.

Boa meditação, caríssimos. JB