Lc 7, 24-30
“João é o mensageiro que prepara o caminho do Senhor”
No Evangelho de hoje, a figura de João Baptista é realçada em toda a sua grandeza pelo esplêndido louvor que Jesus lhe dirige.
Depois que João enviou os seus discípulos a Jesus, perguntando-Lhe se “És Tu Aquele que havia de vir ou devemos esperar outro?” (Lc 7,19), hoje é o Senhor quem pergunta à multidão sobre a identidade de João: “Que foste ver ao deserto?”
Mas quem é, quem foi João Batista para Jesus e para multidão, seus contemporâneos? Jesus tenta delinear o caráter de João Batista, ou seja, capacitar a multidão a responder a essa pergunta. E Ele questiona a mesma multidão três vezes:
“Que foste ver ao deserto? Uma cana agitada pelo vento?” Não, isso não interessaria a ninguém. O que as pessoas esperavam de João não era um homem que os lisonjeasse, mas que, pelo contrário, os chamasse à conversão, com seu modo radical e insistente.
“Mas que fostes ver? Um homem com roupas finas?” Eles não podiam nem esperar por um homem envolto em mantos luxuosos, se não, teriam que procurar num outro lugar – “nos palácios dos reis”. Ademais, essa identidade não combina com a austeridade de vida e a força do caráter inflexível de João Batista.
“Que fostes ver então? Um profeta?” Portanto, eles estavam procurando por um homem de Deus, um profeta. E Jesus lhes confirma: é um profeta que encontraram, “e mais do que profeta. É aquele de quem está escrito: ‘Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de ti”.
Quanto mais Jesus insiste na grandeza humana de João, tanto mais Ele insiste em enfatizar a diferença entre Ele e João: “entre os nascidos de mulher, não há nenhum maior do que João; mas o mais pequeno no reino de Deus é maior do que ele”. Por isso, João está para Jesus, e não o contrário. Ele veio para dar testemunho de Jesus, não de si mesmo. Ele, o precursor, é simplesmente um índice que aponta para Cristo Senhor, porque aceitou plenamente a missão de preparar o caminho para o Messias.
Sendo assim, esperando o Senhor que há de vir, nos identifiquemos com o povo na escuta de João, convertendo-nos e recebendo o seu batismo de penitência, para não frustrar ou anular o desígnio misericordioso de Deus para connosco.
Boa reflexão, caríssimos. JB