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A Mulher, o rosto da violência doméstica em São Tomé e Príncipe

Aumenta a cada dia que passa o número de caso da violência doméstica em São Tomé e Príncipe e rosto desta violência é feminino, tendo as mulheres como a principais vítimas.
foto: Jornal Transparência

Melba Ceita, São Tomé. Numa altura em que estamos no mês da mulher e que se comemora o dia 8 de março dia internacional da mulher, a nossa equipa de reportagem saiu as ruas para colher informação sobre a situação da mulher na sociedade santomense, e pudemos constatar que existe ainda muitas lacunas.

Apesar das controvérsias em relação a data e sua instituição, convencionalmente celebra-se nesta data, e segundo o Director do Centro do Aconselhamento Contra a Violência Doméstica Jair Pimentel, o balanço feito entre 2014 e 2018, a tendência é aumentar, embora num ano a tendência é aumentar e no outro diminuir. O valor continua elevado, sem tomar em consideração o balanço dos hospitais, da polícia civil e Judiciária.

O Director assegura que a principal vítima da violência são as mulheres e a violência tem o rosto feminino. Também houve algumas denuncias por parte dos homens que segundo Jair Pimentel é salutar.

Já no levantamento feito em 2014 registou-se um total de 590 casos, em 2015 foram 712, em 2016, 663 casos, em 2017, 726 casos e em 2018 houve uma ligeira diminuição para 681 casos.

Para a diminuição do casos da violência o centro do aconselhamento têm feito o trabalho de sensibilização no terreno como forma de consciencializar os homens e mulher de modo a pôr termo a essa situação.

O que está na base do aumento da violência doméstica é também o consumo exagerado de bebidas alcoólicas e outras drogas ilícitas que circulam no nosso país diz o Jair Pimentel.

A actividade de sensibilização é desenvolvida em rede, o centro de aconselhamento criou uma espécie de grupo chamado rede e vida onde trabalham com 21 Instituições Públicas e privadas que colaboram nesta campanha, têm ASPAF como parceiro que oferecem mensalmente 50 consultas grátis como forma de ajudar as vítimas que não têm condições para pagarem o tratamento.

Também em todos os postos de saúde no País são feitas consultas grátis para as vítimas de violência, porque o custo para as consultas são elevados. A directora Executiva do Instituto de Género Ernestina Menezes, considera que ainda há muitos obstáculos no que toca a equidade e igualdade na sociedade santomense.