Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

Iluminar a nossa vida com as cores da esperança!

Na sua Mensagem da Páscoa, o nosso Bispo Diocesano refere que "os últimos dias da Quaresma, a Semana Santa e agora a Páscoa, foram dias vividos com o convite a ficarmos em casa, a prepararmos a nossa Páscoa em casa. Oxalá isso nos leve a descobrir o sentido da fé vivida a partir do lar."

Estamos a celebrar, mais uma vez, a Páscoa do Senhor, mistério central da nossa fé. Este ano a vivência da Quaresma e Páscoa acontece num ambiente completamente anormal, devido à pandemia que assola o nosso mundo. Os últimos dias da Quaresma, a Semana Santa e agora a Páscoa, foram dias vividos com o convite a ficarmos em casa, a prepararmos a nossa Páscoa em casa. Oxalá isso nos leve a descobrir o sentido da fé vivida a partir do lar.

A primeira Igreja deve ser a nossa casa, onde, à volta da mesa, a família se reúne, partilhando o pão, os sonhos, as alegrias e as angústias da vida. Que essa reunião seja vivida também na fé, e a mesa sirva igualmente para congregar a família para a oração, a escuta da Palavra de Deus, o ensino das verdades da nossa fé. E acontecerá Páscoa, depois de um caminho de Quaresma de deserto, de solidão, de uma fé vivida longe da comunidade eclesial.

Nestas circunstâncias, viver a Páscoa significa iluminar a nossa vida com as cores da esperança. Páscoa fala-nos de vida, depois de uma experiência de morte. Fala-nos de luz, depois das trevas que envolveram a terra. Fala-nos de um Deus que proclama a vitória do amor, depois do ódio ter condenado Deus à morte de cruz.

Celebrar a Páscoa é afirmar a nossa fé na vitória do amor sobre o ódio, da graça sobre o pecado, da vida sobre a morte, de Deus sobre o demónio. Páscoa é Vida. Páscoa é luz. Páscoa é graça. Páscoa é Amor.

Convido-vos a acompanhar Maria Madalena ao sepulcro. Com ela choremos a morte do nosso Redentor. Com ela perguntemo-nos quem irá rolar a pedra que cobre o sepulcro (Mc 16,3), que cobre os nossos sepulcros, os nossos túmulos de angústia e morte. E com Ela vivamos a experiência do encontro com Aquele que venceu a morte, que remove as pedras que nos sepultam, nos esmagam, dando-nos a Vida. Com Ela choremos Jesus que morre hoje nos nossos familiares, amigos e outros, vítimas desta pandemia. E com Ela escutemos também a Boa notícia da sua ressurreição: “Não temais, Jesus ressuscitou de entre os mortos!” (cf. Mt 28, 5-7).

Páscoa é vida e tempo para dar vida. A situação que vivemos afecta sobretudo os mais pobres. Viver a Páscoa é fazer da solidariedade, do amor ao irmão, o ideal da nossa vida. Façamos Páscoa, olhando ao nosso redor e partilhando com quem não tem. Em cada gesto de amor que façamos, Cristo volta a fazer-se presente entre nós e o seu Reino acontece. E quando o amor acontece, a Páscoa acontece!

Uma Boa Páscoa para todos!

 

Vosso Pastor e Irmão,

+ Manuel António Mendes dos Santos, cmf