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Bispo benze nova Capela em Gongá

No dia 24 de Outubro, dia em que a Igreja celebra a memória de Santo António Maria Clart, o Bispo Diocesano, D. Manuel António dos Santos, benzeu o início de uma Capela em sua honra em Gongá.

 

No dia 24 de Outubro, dia em que a Igreja celebra a memória de Santo António Maria Clart, o Bispo Diocesano, D. Manuel António dos Santos, benzeu o início de uma Capela em sua honra em Gongá.

Com o arranque da edificação deste novo tempo espera-se que, no futuro, possa-se erguer um pequeno Santuário que se possa inaugurar em 2027, ano em que se comemora o Centenário da chegada dos Missionários Claretianos a estas terras santomenses.

 

 

Sobre o Santo…

Nascido em dezembro de 1807, num povoado chamado Sallent, perto de Vic e de Barcelona, Espanha, António Claret y Clara foi baptizado num dia de Natal. Foi o quinto filho entre dez. Seu pai era tecelão e seu lar era cristão. Na família, recebeu o exemplo e a doutrina do seguimento de Jesus Cristo, bem como a devoção à Virgem Maria e um grande amor à eucaristia. Ainda criança, aprendeu a profissão de tecelão, com o pai. Depois, a de tipógrafo. A tipografia o influenciaria bastante na ousadia de evangelizar pelos meios de comunicação.

António Maria Claret trabalhou juntamente com seu pai numa fábrica de tecidos. Por causa de sua competência e dom de comunicação, foi convidado para trabalhos bastante rentáveis. Porém, recusou a todos por causa de sua vocação religiosa. Depois, quando tinha vinte e um anos, entrou no Seminário de Vic. Seu objectivo era se tornar monge cartuxo. Porém, um sacerdote percebeu sua vocação missionária e os dons para ser um homem de ação dentro da Igreja. Dócil ao Espírito Santo, António Maria Claret obedeceu.

Foi ordenado em 1835. Em seguida, recebeu a nomeação de pároco de sua terra natal. Ali, ficou durante quatro anos. Depois disso, foi para Roma, mais precisamente para uma entidade da Igreja chamada Propaganda Fides (Propagação da Fé) e passou a ser missionário apostólico. Neste ministério, viveu anos de árduo trabalho, dedicando-se inteiramente ao serviço pastoral na Espanha. Este seu trabalho rendeu muitos frutos para a Igreja. Por causa do êxito de seu trabalho, foi enviado para as Ilhas Canárias, uma região difícil no campo da missão, no ano 1948.

Porém, o Padre António Maria Claret sentia em seu coração o ardente desejo de iniciar uma obra de alcance mais amplo. Assim, no ano 1849, junto com outros cinco jovens padres, ele fundou a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria. Mais tarde, esta Congregação passou a ser chamada de Padres Claretianos, por causa da força de seu carisma.

Pouco tempo depois da fundação da Congregação, a longínqua diocese de Cuba vivia um tempo de enorme dificuldade. Estava sem bispo há quatorze anos. Assim, mesmo ano da fundação da congregação, Padre António Maria Claret foi nomeado seu arcebispo. Novamente, colocou-se a serviço e ficou evidente que Nossa Senhora jamais o abandonava.

Em Cuba, passou a ser vítima constante de toda a sorte de pressões por parte de lojas maçónicas. Estas, faziam violenta oposição aos padres, e provocaram vários atentados contra a sua vida. Puseram fogo numa casa em que ele estava, misturaram veneno a seus alimentos, bateram nele várias vezes e o assaltaram à mão armada outras tantas. Porém, Santo António Maria Claret sempre escapava ileso e continuava sua missão sem retroceder.

Santo António Maria Claret restaurou o velho seminário cubano, que, por causa de seu exemplo de santidade, passou a receber inúmeras vocações. Apoiou negros e índios, tornados escravos e procurava liberta-los. No ano 1855, com o auxílio de madre Antónia Paris, fundou uma nova congregação religiosa, que passou a se chamar Congregação das Irmãs de Ensino Maria Imaculada. Mais tarde, receberam o apelido carinhoso de Irmãs Claretianas. Por causa de seu empenho missionário, Cuba ganhara várias outras dioceses. Ele fez questão de fazer visitas pastorais a cada uma delas. Nessas visitas, levava força e ânimo para os cristãos que mergulhavam num trabalho sempre mais difícil e sempre mais necessário.

Em 1857 Santo António Maria Claret voltou a Madrid, deixando a Igreja de Cuba mais fortalecida, unida e resistente. Em sua volta à Espanha, a rainha Isabel II pediu que ele passasse a ser seu confessor. Mesmo sem querer tal cargo para não se envolver com política, aceitou, vendo também nisso um chamado de Deus. Nessa época, teve tempo para escrever e sua obra literária cresceu bastante. Ele juntou a ela seus incontáveis sermões cheios de sabedoria. No ano 1868, fez-se solidário com a rainha e acompanhou-a no exílio na França. Lá, permaneceu junto com a família real. Porém, continuou sua missão apostólica de grande escritor. Na França, achou tempo e forças para dirigir a fundação de uma academia destinada aos artistas. Esta obra passou a subsistir sob a proteção de São Miguel Arcanjo.

Santo António Maria Claret morreu com a idade de sessenta e três anos. Foi em 24 de outubro do ano 1870. Ele estava, então, no Mosteiro de Fontfroide, França. Ele deixou uma numerosa e importante obra escrita, que inspira e dirige almas até os dias de hoje. Sua beatificação foi celebrada pelo papa Pio XI. Este, chamou-o de “precursor da Acção Católica do mundo moderno”. Sua canonização aconteceu em 1950, pelas mãos do Papa Pio XII.