Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

4ª Semana – Quarta-feira – Quaresma

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Jo 5, 17-30

“… assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, assim o Filho dá vida a quem Ele quer”.

No Evangelho de hoje, o evangelista João coloca toda a sua veia teológica, espiritual, mística e contemplativa, repudiando todas as nossas acrobacias politicamente corretas, quando tentamos atenuar a identidade de Jesus.

“… Como o Pai ressuscita… assim o Filho dá vida a quem Ele quer”. O evangelista apresenta Jesus como Deus, só Deus “ressuscita os mortos e lhes dá vida”, ou seja, faz passar da morte para a vida, e o Filho também age da mesma forma.

Ele “nada pode fazer por Si próprio, mas só aquilo que viu fazer ao Pai” – a regra suprema torna-se a contemplação do Pai como seu sustentador e regenerador quotidiano, sempre cuidando do homem, operando para a sua salvação.

Porém, ainda hoje, como sempre ao longo da história, nos deparamos com a misericórdia de Deus se escutarmos a sua Palavra, cremos no Filho que Ele enviou, agindo segundo os seus critérios, e com o seu juízo de condenação se apenas ouvimos a voz do seu Filho e, fazendo o mal, não O escutando, portanto, enfraquecendo a vida divina em nós.

Curiosamente, é típico de João a sutil distinção entre ouvir e escutar, ou seja, todos podemos ouvir a voz do Senhor, mas se não dermos esse passo para a escuta da mesma voz, isto é, adesão à sua Palavra, estaremos diante do seu juízo. E para este último, Jesus nos dá a oportunidade de conversão e recuperar a vida, se aceitarmos o seu perdão e nos comprometermos com uma nova existência livre do mal.

O Pai mostrou todo o seu amor pelo Filho obediente, não O abandonando à morte, mas dando-Lhe uma nova vida com a ressurreição. Portanto, se nós também nos recuperarmos após a queda no pecado, colocando-nos nas mãos de Jesus Cristo, temos a possibilidade de começar uma nova existência.

Então sairemos da morte e entraremos na vida, encontrando a misericórdia e nos tornando filhos de Deus. Na verdade, Isaías já tinha profetizado: “Eu te formei para renovar a aliança do povo, para restaurar a terra”, e o “Senhor consola o seu povo e tem compaixão dos seus pobres” (Is 49,8.13).

Expressamos a nossa alegria e a nossa gratidão a Deus na oração e na caridade ativa, especialmente neste período da Quaresma, demonstrando uma conversão sincera do coração, escutando a Palavra de Jesus, pois Ele é “Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;
Gerado, não criado, consubstancial ao Pai” (Símbolo Niceno-Constantinopolitano) e nós acreditamos n’Ele.

Boa meditação, caríssimos. JB