Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

4ª Semana – Sábado – Quaresma

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Jo 7, 40-53

“Poderá o Messias vir da Galiléia?… Investiga e verás que da Galileia nunca saiu nenhum profeta”.

Infelizmente, existe uma atitude errada no comportamento do homem com o seu próximo, e è muito difundida: o preconceito.  É uma espécie de corrente que o mantém agarrado às suas convicções mais arraigadas – quase sempre erradas – e que impede que a Luz da Verdade penetre no seu coração.

 E isto aconteceu, no Evangelho de hoje, com os fariseus da época de Jesus, que não acreditando n’Ele, jaziam na orgulhosa presunção de conhecer toda a Lei, de saber que o Messias não poderia vir da Galileia – “Poderá o Messias vir da Galileia?”

 E quando Nicodemos, um deles cujo coração foi aberto à Luz (cf. Jo 3, 1-21), manifesta a fraqueza das suas razões – “acaso a nossa Lei julga um homem sem antes o ter ouvido e saber o que ele faz?” –, eles reiteram obstinadamente o seu preconceito e não se deixam minar pela dúvida. E aparentemente confiantes no seu preconceito, afirmam: “Estudai e vereis que da Galileia nunca saiu nenhum profeta”.

 Os preconceitos dos fariseus não apenas ofendem, mas também os impedem de ir além das suas próprias limitações.  Esqueceram-se de que a verdadeira sabedoria consiste em reconhecer a própria ignorância (cf. Sócrates), portanto, ser humilde de coração, que é a única forma de se familiarizar com Deus.

 E nós? Quantas vezes nos deixamos guiar por preconceitos ao julgarmos pessoas e suas situações? Quantas vezes discriminamos os nossos irmãos, colegas, colaboradores por causa da raça, cor da pele, história? Quantas vezes colamos nos nossos irmãos ou filhos um rótulo errado com o adesivo dos nossos preconceitos, descobrindo depois que eram falsos e baseados apenas em preconceitos? “Munde! Quo vadis?” Seria hora de fazermos um exame de consciência.  “Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa” (por minha culpa, tão grande culpa)!

 A propósito, Papa Francisco, no ‘Angelus’ do 3º Domingo de Quaresma (23.03.14), disse: “Jesus ama-nos a todos. Nunca se detém diante de uma pessoa por preconceitos. (…) O Senhor é superior aos preconceitos, e por isso não receou falar com a Samaritana: a misericórdia é maior do que o preconceito. Devemos aprender bem isto!”.

 Portanto, este tempo da Quaresma, com o auxílio de Deus, é a ocasião certa para nos livrarmos dos maus hábitos, quais preconceitos e rótulos que facilmente atribuímos aos nossos irmãos e irmãs.

Boa meditação, caríssimos. JB