Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

Quarta-feira – Oitava da Páscoa

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Lc 24, 13-35

“Na verdade, o Senhor ressuscitou…”.

Ontem, com Maria Madalena, vimos como o sofrimento pode impedir-nos de encontrar o Senhor ressuscitado. E hoje, vemos que não é só ela que vive a mesma experiência. Também os discípulos “a caminho duma povoação chamada Emaús”.

Também eles, sentindo-se abandonados e perdidos, estão abatidos com a sua experiência. Porém, neste caso, o paradoxo é que se ofendem pelo fato de esse estrangeiro que se juntou a eles não saber dos acontecimentos ocorridos em Jerusalém: “tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias”.

Desapontados, eles tinham outras expectativas no coração: “esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel”, mas Ele morreu. Agora eles próprios sentem a morte no coração. O plano dos ímpios saem frustrados (cf. Pr 12,5).

Eles ainda estão ancorados no Calvário, oprimidos por aquele dia terrível. Em vez disso, Jesus não. Está além. Está em outro lugar. Com o coração e a mente, com o corpo agora transfigurado e cheio de paz. E Ele escuta humildemente; ilumina as suas sombras, dissipa as suas dúvidas, explicando-os todas as Escrituras e acaba ficando para jantar com eles.

Estavam apagados e “sem inteligência e lentos de espírito para acreditar”, Jesus os reacende e os regenera como discípulos … e convertendo-se, eles O reconhecem, ao partir o pão. E “Ele desapareceu da sua presença”. Literalmente, teria se tornado invisível. Ele desaparece de vista, mas não está ausente. Desde a Páscoa Ele vive dentro de cada coração.

Pois é, o risco de permanecermos discípulos da Sexta-Feira Santa é real e tangível, mas “na verdade, o Senhor ressuscitou”. E Ele não quer discípulos tristes e doloridos, lamentosos e crucificados ao seu lado. A cruz às vezes é uma passagem necessária para mostrar o amor, mas a cruz e o sepulcro devem ser abandonados. Esta é a nossa caminhada pascal.

Que o Senhor aumente a nossa fé, para que O possamos reconhecer no caminho da nossa vida e os nossos corações possam arder de alegria ao escutar a sua Palavra. Com efeito, como reza o salmista: “alegre-se o coração dos que buscam ao Senhor” (Sl 105,3).

Boa meditação, caríssimos. JB