Jo 3, 7-15
“Não te admires por Eu te haver dito que todos devem nascer de novo…”.
Ainda hoje, o diálogo noturno entre Jesus e Nicodemos, “mestre de Israel” e membro do Sinédrio, continua denso. E o tema gira em torno do mistério messiânico de Jesus.
A Nicodemos, homem inteligente e honesto, Jesus confidencia um segredo: não se torna seu discípulo sem uma nova gestação destinada a um segundo nascimento: espiritual.
Jesus respeita o medo de Nicodemos. Ele não se preocupa com a falta de coerência e coragem daquele homem, mas o transforma por dentro. Com o seu Espírito, Ele o torna corajoso a ponto de Nicodemos estar presente sob a cruz; ele cuidará do corpo de Jesus crucificado quando a maioria deles tiver fugido.
“Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito”, pois, como disse São Serafim de Sarov (monge russo, taumaturgo ortodoxo, entre os séculos XVIII e XIX), “com a plenitude dos seus dons, a alma humana se enche de uma alegria indescritível; o Espírito Santo recria tudo o que ele toca com alegria”.
E conosco também Jesus, com o seu Espírito, age da mesma maneira. Não aceita heróis a a primeira vista, mas pessoas que iniciam o caminho, que iniciam processo de conversão, que dão o primeiro passo em direção a Deus. Ele, ademais, sabe que as fraquezas não são um obstáculo, mas uma oportunidade; que os defeitos não são uma limitação, mas uma ocasião para mais um passo na caminhada.
“Não te admires por Eu te haver dito que todos devem nascer de novo”. Caríssimos, somos criaturas de Deus: Ele nunca termina de nos dar à luz. O mundo todo é um imenso parto e criação perene. Deus preside cada nascimento e é o especialista em cada renascimento.
Portanto, podemos renascer se fizermos da nossa vida um dom contínuo, nossas habilidades uma oportunidade para os outros, nosso tempo e nossas emoções uma atenção aos irmãos. Pois, caríssimos, Nicodemos (e nós) ainda precisa de aprender muito.
Boa meditação, caríssimos. JB