Jo 3, 31-36
“Quem crê no Filho tem a vida eterna…”.
João traça uma linha de demarcação entre nós e Jesus: ele diz que Jesus vem do Alto, vem do Céu, vem da eternidade.
Todos os outros vêm da terra, feitos de barro, misturados com lama. Pois, são pó e ao pó hão de voltar (cf. Gn 3,19). E se não partirmos dessa diferença entre Ele e nós, nunca seremos capazes de entendê-Lo.
Pobre Nicodemos! Ele estudou durante toda a sua vida, se tornou um professor em Israel, um ponto de referência para os rabinos, no entanto, se descobre muito pouco à altura de Jesus.
Nicodemos apenas sabe balbuciar sobre Deus, mas isso o honra, porque se faz humilde e, ainda que com a graça das trevas, se torna um discípulo da escola de Jesus, tendo como dons a luz e a força.
E ele começa a compreender que se trata de “renascer” do alto, a partir da lógica de Deus, de fazer da vida uma dom, como Deus que colocou seu Filho no prato para salvar o homem do pecado.
Agora Nicodemos reverterá o curso e acolherá a Verdade daquele personagem misterioso, qual Jesus, o Filho do Pai. E n’Ele terá fé, como disse Khalil Gibran (poeta e ensaísta libanês, naturalizado americano, 1883-1931), “um conhecimento do coração que vai além do poder de demonstração”.
A vida de Nicodemos floresce novamente; agora para ele há um “renascimento”. Na verdade, “quem crê no Filho tem a vida eterna”. Quem acolhe o Evangelho e o escuta viverá como filho de Deus.
Aquela noite para Nicodemos, portanto, foi uma noite luminosa que lhe revelou a profundidade do amor trinitário, a força e a ternura de um Deus que sabe fazer renascer do alto. Que o Senhor nos ajude a acolher o seu testemunho que conduz à vida eterna.
Boa meditação, caríssimos! JB