Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

3ª Semana – Segunda-feira – Páscoa

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Jo 6, 22-29

“… vós procurais-Me, não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados…”.

A multidão gostaria de reter Jesus depois de um delicioso jantar de peixe grátis. Enquanto a festa continuar, ela está pronta para fazê-lo seu rei – “Jesus, sabendo que viriam buscá-l’O para O fazerem rei, retirou-Se…” (Jo 6,15). Pois, não entenderam o significado desta multiplicação de pães e peixes.

Ademais, essas pessoas não estão interessadas em Deus, mas nas coisas que vêm de Deus. Elas querem se apoderar de Jesus, somente para garantirem o próprio alimento: “vós procurais-Me, não porque vistes milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes saciados”.

São como as galinhas que perseguem a dona de casa por causa da ração. Elas estão concentradas na alimentação diária. Admissível, mas serão desencaminhadas. Infelizmente, muitas pessoas se limitam somente ao “pão nosso de cada dia” (2ª parte do Pai nosso); ignorando a relação com “nosso Pai” na Eucaristia, alimento que nos põe em comunhão direta com Deus e cimenta a comunidade cristã.

Caríssimos, “nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4,4). O objetivo do pão é alimentar apenas a vida física; mas a verdadeira vida é aquela que se alimenta do corpo e do sangue de Cristo.

E quem se limita somente ao pão, isto é, faz do mesmo seu ídolo, é como quem se apaixona pelo anel de noivado e não quem o usa. E quando assim acontece, o sinal perde o sentido; e o que é apenas um meio torna-se um fim. A vida se reduz ao acúmulo de coisas e vai se apagando lentamente. Portanto, “trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará”.

Que o Senhor nos faça redescobrir a importância de nos alimentarmos do seu Corpo Eucaristico, para estarmos cada vez mais intimamente unidos a Ele. De facto, “não é o alimento eucarístico que se transforma em nós, mas somos nós que acabamos misteriosamente mudados por ele. Cristo alimenta-nos, unindo-nos a Si; ‘atrai-nos para dentro de Si’”(Exortação apostólica Sacramentum caritatis, 70).

Boa meditação e “bóndjá’, caríssimos. JB