Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

3ª Semana – Terça-feira – Páscoa

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Jo 6, 30-35

“Eu sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome, quem acredita em Mim nunca mais terá sede…”.

No Evangelho de ontem, Jesus pediu à multidão que alimentava que acreditasse n’Ele; que não fizesse algo para praticar obras de Deus, mas que acreditasse: “a obra de Deus consiste em acreditar n’Aquele que Ele enviou” (Jo 6,29). Só a fé nos alimenta, somente a fé nos tira a fome.

Em vez disso, hoje, a mesma multidão, esquecendo-se do recente milagre de multiplicação de pães e peixes, pede um milagre: “que milagres fazes Tu,
para que nós vejamos e acreditemos em Ti? Que obra realizas?” Outro milagre ainda? Quantos exames Deus deve se submeter para ser digno da nossa fé e confiança? Por quantos processos Ele tem que passar para que finalmente acreditamos nele?

Passamos a vida no esquecimento, oprimidos por coisas por fazer, muitas vezes indiferentes para com Deus. Então, quando algo dá errado nas nossas vidas, começamos a bater as portas de Deus, pedindo insistentemente a sua intervenção e milagre.

E o que Deus deve fazer? Por que Ele tem que acompanhar e satisfazer os nossos caprichos? Irmãos caríssimos, saibamos reconhecer o grande sinal da presença de Deus que é a Eucaristia, milagre por excelência.

“Senhor, dá-nos sempre desse pão”. Vamos deixar as dúvidas de lado e pedir veementemente ao Senhor que nos dê o pão que satisfaz o nosso coração, o único que pode realmente preencher a nossa necessidade de infinito.

E Santo Agostinho sabe alguma coisa sobre isso: “Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti”. Ao homem inquieto e carente, Deus se oferece, portanto, como alimento: nós O comungamos, Ele se torna a nossa carne como pão. Não será Deus quem será transformado, mas nós que nos alimentamos d’Ele.

A fé não é uma doutrina à qual novas definições dogmáticas ou éticas são acrescentadas de tempos em tempos, mas sim a “vida de Deus” a ser assimilada e exteriorizada.

Se Jesus fez com que a mulher samaritana tivesse sede de água viva – “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede…” (Jo 4,15) -, Ele gostaria de dar ao povo de Cafarnaum o sabor de um pão ‘outro’ e satisfatório: “Eu sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome…”.

Que o Senhor nos faça sempre ter fome e sede d’Ele e nos dê um coração puro para que possamos descobri-Lo quotidianamente nas veredas da vida.

Boa reflexão e ‘Bóndjá’, caríssimos. JB