Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

3ª Semana – Quarta-feira – Páscoa

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Jo 6, 35-40

“… é esta a vontade de meu Pai: que todo aquele que vê o Filho e acredita n’Ele tenha a vida eterna…”.

Interessante! À multidão que vai em busca apenas de uma vida terrena – “Senhor, dá-nos sempre desse pão” (Jo 6,34) -, Jesus, por outro lado, a faz olhar para muito além – “Eu sou o pão da vida: quem vem a Mim nunca mais terá fome e quem acredita em Mim nunca mais terá sede”. Deus responde, propondo-nos uma vida “para sempre”.

“Eu sou” é “o Nome” com o qual Deus se revelou a Moisés (Ex 3,14). Aqui, o predicado revela quem é este Nome e o que faz: é o pão que comunica a sua vida a quem o come. O pão, a vida que desejamos e recebemos, é o próprio Jesus. Aquele Filho que dá vida, obedecendo à Vontade do Pai que, claramente, para cada um de nós, é: “a vida eterna”. Em suma, Ele deseja a salvação de todos os homens e faz de tudo até que a mesma seja alcançada.

Quão grande é o Deus de Jesus! Quão diferente é da cópia ruim que às vezes fazemos d’Ele! Enquanto, Ele é um Deus misericordioso e bom, que tudo perdoa para que todos sejam salvos e que deseja a plenitude de vida dos seus filhos, a vida eterna para cada um deles.

E sobre isso disse Soren Kierkegaard (filósofo, teólogo e escritor dinamarquês do séc. XIX), “nada de finito, nem mesmo o mundo inteiro, pode satisfazer a alma humana que sente a necessidade do eterno”. Pois, queridos irmãos, a vida eterna, qual plenitude, é um pedaço de Deus dentro de nós. O homem é a única criatura que tem Deus no seu sangue e respiro, qual sopro de imortalidade.

Porém, a condição para obter este grande dom é a fé – “todo aquele que vê o Filho e acredita n’Ele tenha a vida eterna” -, portanto, é a única condição que nos faz contemplar o Filho de Deus em Cristo e direciona toda a nossa vida terrena para a pessoa de Jesus – “que Eu não perca nenhum dos que Ele Me deu”.

Quanto pão da Eucaristia é consumido pelos cristãos: há aqueles que se alimentam com fé, outros de forma rotineira e saem da igreja como entram. Saibais, porém, que o amor que se transforma em “hábitos e costumes” lento e miseravelmente acaba por sucumbir. E Deus é discreto, não protesta, mas não pode deixar de nos alertar – “contudo, Eu vos disse que Me vistes, mas não acreditais”.

É como um ponto de viragem. Não se pode ficar insensível diante do pão eucarístico: é o próprio Jesus. Vive quem O acolhe, com fé. Morre quem O rejeita, com desdém. Façamos nossa, portanto, esta oração dos apóstolos: “Senhor, aumentai a nossa fé” (Lc 17,5).

Boa meditação, caríssimos e “uwã santù djà da tudu nancê”. JB