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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

3ª Semana – Sexta-feira – Páscoa

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Jo 6, 52-59

“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna…”.

Estamos no fim do discurso sobre a Eucaristia na sinagoga de Cafarnaum.  Reagindo às palavras de Jesus, os judeus “discutiam entre si”.

Mas se tomarmos a tradução grega, o sentido da expressão é muito mais forte: “brigavam aspramente entre si”.  Ao definir-se como o Pão da vida eterna, Jesus provocou neles um choque: ​​”como é que Ele pode dar-nos a sua carne a comer?”.

É assim, queridos irmãos: quando a verdade surge, não pode deixar de provocar brigas e conflitos.  Ainda hoje existem aqueles que tendem a diminuir e desprezar também o mistério da Eucaristia para chegar a um consenso.  Mas Jesus nos convida e nos avisa: “quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna”.

Carne e sangue resumem a nossa natureza como pessoas humanas: nossa alma também é espiritualmente composta de carne e sangue, assim como alegrias e tristezas, serenidade e infelicidade.  Para isso, caríssimos, precisamos da ajuda divina que Jesus nos dá com a sua Palavra e a sua Eucaristia.

Ademais, “dando-Se a nós, Cristo reaviva o nosso amor e torna-nos capazes de quebrar as ligações desordenadas às criaturas e de nos radicarmos n’Ele” (Catecismo da Igreja Católica n. 1394).

No entanto, ai de nós se nos acostumarmos com a Eucaristia.  Porque o amor que se transforma em “hábitos e costumes” lento e miseravelmente acaba por sucumbir.  Portanto, a sua valência não pode ser diminuída.  É realmente algo novo e original.

E Jesus reitera o pensamento bem cinco vezes nestes parcos versículos: portanto, não “é como comer a sua carne”, mas sim “é comer sua carne”, e isso proporciona a vida eterna, não uma tenra emoção.

Interessante!  Jesus possui o segredo que muda a orientação da vida: da vida só terrena para a vida eterna.  E uma coisa é viver para sempre, outra é sobreviver.  Eu escolho o primeiro: viver para sempre.  E vós?

Repareis bem que Jesus usa o verbo no presente “tem”, e não o futuro “terá”.  A Eucaristia é pão, é o oxigênio de uma vida que não se desenvolve miseravelmente como a terrena.  Portanto, façamos nossa esta oração: “Senhor, dá-nos sempre deste pão” (Jo 6,34).

Boa meditação, caríssimos e “bóndjá da tudu nancê”. JB