Mt 13, 54-58
“Não é Ele o filho do carpinteiro? …”.
Historicamente, o dia 1º de Maio é um feriado laico, criado para destacar as conquistas dos trabalhadores graças às lutas e reivindicações sindicais que, no passado (fins do séc. XIX e princípios do séc. XX), envolveram muitas pessoas e causaram muito sofrimento.
A esta comemoração a Igreja quis acrescentar uma sensibilidade espiritual, uma abordagem de fé, partindo precisamente da experiência de trabalho vivida pelo Senhor Jesus e seu pai José. Fazendo isto, por outro lado, a Igreja nos faz relembrar que também em casa do Filho de Deus era familiar o suor pelo pão quotidiano.
“Não é Ele o filho do carpinteiro? …” Jesus é conhecido como “filho do carpinteiro” e, provavelmente, como era o caso, Jesus aprendeu o trabalho de carpinteiro na oficina de seu ‘pai’.
O trabalho dignifica o homem. Porém, hoje, infelizmente, a dignidade do trabalho e do trabalhador ficou para o segundo plano: é o lucro que determina a validade de um emprego e as escolhas às vezes dramáticas da economia que, como vemos, acabam também por determinar as escolhas políticas.
O trabalho, todavia, não é apenas uma necessidade. Também é um espaço no qual a pessoa experimenta a própria criatividade e “se une e serve aos seus irmãos, pode exercitar uma caridade autêntica e colaborar no acabamento da criação divina” (Gaudium et Spes 67). Ainda mais, oferecendo a Deus o nosso trabalho, nos associamos à obra redentora de Cristo, o qual conferiu ao trabalho uma dignidade sublime, trabalhando com as suas próprias mãos em Nazaré.
Por isso, com a intercessão de São José, peçamos ao Senhor que venha em auxílio de todos quantos se afadigam nas mais diversas profissões.
Boa meditação e boas festas, caríssimos. JB