Jo 15, 26-16,4
“Eu vos enviarei de junto do Pai o Paráclito, o Espírito da verdade”
Ao caminhar em direção à Sua Ascensão, Jesus promete aos discípulos que eles não estarão a sós e abandonados. Pois lhes será enviado o Paráclito (παράκλητος, paracletus, aquele que consola, defende, etc.) o Espírito da verdade, que “dará testemunho de Mim”, diz Ele.
No entanto, ao fazer isto, o Mestre previu o ódio gratuito contra Ele e a Sua Cruz, que logo depois se tornou um momento de perturbação para os apóstolos.
Serão então a meditação e a custódia no coração da Palavra que Jesus havia proclamado em abundância, confidencial e intimamente no “discurso de despedida” (capítulos 13 a 17 do Evangelho de João), o caminho que a comunidade de discípulos seguirá para entender aquela Cruz como vitória sobre o mal, salvação do homem e Glória de Deus.
Jesus sabe que sem a sua presença somos frágeis, não podemos resistir à tentação de nos desesperarmos, de nos escandalizarmos, e Ele, como sempre, nos precede avisando: “Eu vos enviarei de junto do Pai o Paráclito, Espírito da verdade“.
A missão do Espírito Santo não é tanto inspirar os discípulos de maneira que eles saibam se defender perante os tribunais (cf. Mt 10, 20), mas preservá-los quando a fé é provada. Ele dará o testemunho de Jesus no coração de seus discípulos, os confirmará na fé e os convidará a permanecer fiéis na provação.
De facto, este dom extraordinário, que é o Espírito Santo, proporcionará aos apóstolos sete dons, quais sabedoria, intelecto, conselho, fortaleza, ciência, piedade, temor de Deus. Dessa maneira, eles também estariam capacitados a testemunhar Jesus.
Por isso, também nós, no momento da provação, devemos estar vigilantes para permanecermos fiéis ao Evangelho. O Papa Francisco, meditando sobre esta passagem do Evangelho de hoje (14.06.14), disse: “Somos um povo que segue Jesus Cristo e dá testemunho d’Ele. E nesse testemunho às vezes chegamos a dar a nossa vida“.
Rezemos, portanto, por nossos irmãos perseguidos e tenhamos paciência se, na escola, em casa, no escritório, recebermos algumas piadas irónicas pelo facto de pertencermos a Cristo.
Boa meditação, caríssimos. JB