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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

7ª Semana – Terça-feira – Páscoa

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Jo 17, 1-11

É esta a vida eterna: que Te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro, e Aquele que enviaste, Jesus Cristo”.

 

No Evangelho de João, não existe a oração Pai Nosso, de modo que muitos exegetas (estudiosos das Sagradas Escrituras) acreditam que a do capítulo 17 ser o seu Pai Nosso, isto é, a oração, entre a Última Ceia e a prisão de Jesus, que nos conduz diretamente ao coração de Deus, dirigida por Filho ao seu Pai.

Nesta oração, Jesus nos deixa entrever o que é a vida eterna, a pérola preciosa recebida com o batismo, quando o coração do discípulo se abre a Deus. A vida eterna, que já começou para cada um de nós, não consiste em uma repetição interminável e fastidiosa do tempo, mas sim em conhecer a Deus – “que Te conheçam a Ti, único Deus verdadeiro, e Aquele que enviaste, Jesus Cristo.

A vida que nos é doada é um caminho para alcançar o duplo conhecimento: de Deus e, consequentemente, de nós mesmos. O conhecimento de Deus através da descoberta de nossa interioridade e o de nosso verdadeiro “eu” à luz da verdadeira face de Deus, portanto, temos um envolvimento de todo o mandamento: amaremos o Senhor, nosso Deus, e o próximo como nós mesmos (cf. Mc 12,30-31).

Muitos pensam que a vida coincide com a sobrevivência, com o passar dos dias, com a satisfação das necessidades. Aqueles que mais ousam, sonham, e às vezes até realizam uma história de amor. Mas tudo o que fazemos, alegria, que é legítima e necessária, que experimentamos, tudo nos leva à descoberta da face de Deus escondido por detrás da realidade e dentro das suas dobras. Porém, quantas e poucas energias dedicamos a esse conhecimento e quanto tempo gastamos, por outro lado, por aquilo que não pode satisfazer a nossa sede de conhecimento?

Saibais disto, caríssimos, o conhecimento progressivo de Deus nos vê em harmonia com Jesus, que nos considera “Seus“, isto é, “homens que do mundo o Pai Lhe deu”. Depois de manifestar a verdadeira face do Pai para nós com palavras e ações, Ele se preocupa com os “Seus“, que somos nós que estamos no mundo: quanta afeição, quanta ternura!

Afinal de contas, Deus sempre nos quer bem, nunca tencionaria punir a humanidade, pelo contrário, somos nós que, no ab-uso (mau uso) da liberdade concedida por Ele, nos destruímos, nos castigamos a nós mesmos… “pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3,17).

 De fato, como dizia Santo Irineu, “a glória de Deus é o homem vivo”. E prestes a sair deste mundo e sabendo quão difícil é manter a fé nos acontecimentos da vida, Jesus nos confia à graça do Pai: “por eles que Eu rezo”. O Senhor Jesus ora a Deus por nós, para que também possamos chegar ao Seu pleno conhecimento e continuemos com entusiasmo na descoberta de Deus.

Boa reflexão, caríssimos. JB