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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

7ª Semana – Quarta-feira – Páscoa

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Jo 17, 11-19

Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que Me deste, para que sejam um, como Nós


Durante a oração após a última ceia, Jesus suplica, para seus discípulos, a experiência que Lhe une ao Pai. Está no seu coração a unidade da Igreja, um vínculo de “sangue” que se torna o sinal distintivo para os cristãos, o ponto de honra.

Irmãos e irmãs, caríssimos: a Igreja é feita de pedras vivas e diferentes, cada uma lavrada para ficar ao lado das outras. Tais pedras individuais são importantes, mas o cimento que as mantém unidas é ainda mais importante: o amor de Jesus. Unidade, não uniformidade, mas sim riqueza e diversidade. Nossos nomes manifestam a variedade da Igreja e o Espírito de Jesus é que os une.

Porém, quantas divisões entre nós irmãos e irmãs em Cristo, juízos mundanos e fofocas; quanta inveja e ciúme, arrogância e cotoveladas; até alguns se abaixam na malícia de dividir os irmãos para melhor governar, se esquecendo que na Igreja só existem servir e amar (cf. Mt 20,20-28). Se é um mal entre os amigos, imaginemos entre os cristãos! Pois,  é um grande pecado porque machuca a Igreja, o corpo de Cristo.

É ilusão nos considerarmos amigos se não nos aceitarmos na diferença de pensamentos e se não brincarmos entre nós. É uma quimera nos identificarmos como filhos de Deus se não vivermos como verdadeiros irmãos neste mundo. A unidade entendida por Deus não levanta muros. Ademais, a credibilidade do Evangelho é confiada ao testemunho da  nossa unidade como discípulos.

Portanto, Jesus pede ao Pai, “não peço que os tires do mundo, mas que os livres do maligno“, como diz São Paulo, “lobos ferozes, que não pouparão o rebanho” (At 20,29), o diabo (διάβολος, diábolos deriva do verbo grego διαβάλλω que significa separar, dividir, colocar barreira), portanto aquele que divide e, como um adversário, anda em derredor como um leão que ruge, procurando a quem devorar. Devemos resistir-lhe firmes na fé (cf. 1Pd 5,8-9).

Caríssimos, estejamos no mundo, pois, o Senhor reza, “não peço que os tires do mundo”! Ele, ciente que não somos do mundo, quer que habitemos nele, embora com dificuldade, anunciando às pessoas que encontramos o rosto de Deus, como Ele fez connosco. Quanta confiança Jesus deposita em nós!

Não é em vão que Ele peça  consagra-os na verdade: a tua palavra é a verdade“. Ou seja, somos chamados a escutar a Palavra de Deus, acolhê-la, assumi-la nas situações concretas da nossa vida, tornando-nos consagrados, instrumentos nas mãos de Deus, mesmo dentro dos nossos limites e imperfeições…!

Madre Teresa de Calcutá, ao perceber isso, disse: “Sou como um pequeno lápis nas mãos de Deus. Nada mais. É Ele quem pensa, é Ele quem escreve. O lápis não tem nada a ver com tudo isso. O lápis só precisa de ser usado“. Com esta pequena freira, missionária da caridade em Calcutá, Deus fez muitos dos Seus projetos de amor na terra.

Portanto, a solução não é escapar ou fugir, mas sim permanecermos no amor, mesmo se não pertencermos a este mundo. Nós não estamos sozinhos: o Mestre nos acompanha nesta emocionante aventura … Então, confiemo-nos na Palavra de Deus, deixando que ela dê forma a nossa vida, pra sermos cada vez mais próximos a Ele, cada vez mais parecidos com Ele.

Boa meditação, caríssimos. JB