Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

7ª Semana – Quinta-feira – Páscoa

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Jo 17, 20-26

Eu não rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão acreditar em Mim por meio da sua palavra

 

Naquele jantar de despedida de seus discípulos, Jesus pensou em grande e teve tempo para se recordar de mim, de ti meu irmão, e também de ti minha irmã, e orar para que a nossa fé não vacilasse.

Jesus orou para que não fossemos infestados pelos vírus do medo no momento da provação: “Eu rogo também por aqueles que vão acreditar em Mim”. Quão reconfortante saber que Ele se importa connosco. Se importa connosco, mas não nos substitui, não faz o que podemos fazer sozinhos.

Pois, também nós, crentes do terceiro milênio, como os discípulos, contemporâneos do Cristo histórico e testemunhas de Sua ressurreição, podemos encontrar hoje a Palavra que se fez carne na proclamação do Evangelho, na fé da Igreja, na oração e, sobretudo, na Eucaristia, no Santíssimo Sacramento. A encarnação da oração de Jesus continua ao longo dos séculos até nós, e isso justifica o fato de que nós O adoramos, oramos a Ele, e Ele connosco.

E o que Jesus pede ao Pai nessa sua oração apaixonada? Nada além de unidade e comunhão. Ele diz: “para que todos sejam um só… Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade”. A comunhão é o maior dom. O modelo de comunhão é o que existe entre o Pai e o Filho: quem ama, de fato, se torna a “morada do amado”.

Permaneçamos na unidade com Deus porque Deus é o oxigênio do cristão; connosco mesmos em acolher e aceitar os nossos próprios limites e imperfeições; com outros que são dons preciosos de Deus, e não meus concorrentes ou adversários.

Nada além de unidade e comunhão. Pois, se fosse nós, talvez não seria primeira coisa a desejar de Deus. Enquanto Jesus roga isto porque não ama atores solitários. O perigo da divisão é tão grande e evidente (cfr. 1Pt 5,8-9), que ele formula essa oração ambiciosa e humanamente impossível: que todos tenham a mesma unidade que existe entre Ele e o Pai. Diríamos, que é uma oração verdadeiramente “excessiva”, exagerada e impossível. Mas o Filho sabe que seu Pai ama sem limites e que nada é impossível para Ele (cf. Lc 1,37)!

Então, caríssimos, demos espaço nas nossas vidas esta reprimenda de São Justino (Diálogo com Triphones 7,3): “Tu reza antes de tudo para que as portas da luz te sejam abertas, porque ninguém pode ver e compreender, se Deus e o seu Cristo não lhe concedem discernir”.

Pois é, somos levados pela oração do Mestre, somos preciosos aos Seus olhos, somos objeto da sua benevolência. Cada nosso gesto é conhecido, todos atos de fé e esperança contados como os cabelos da nossa cabeça.

Vamos permanecer serenos, discípulos do Ressuscitado, e aprender com o Senhor. Mesmo se a nossa vida for perturbada e abalada por milhares de preocupações, não nos fechemos em nós mesmos, mas abramo-la à oração pelos outros diante de Deus. Ademais, no momento mais difícil da sua vida, o Senhor pensou em nós: imitemo-Lo nesta extraordinária atitude.

Boa meditação, caríssimos. JB