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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

7ª Semana – Sexta-feira – Páscoa

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Jo 21, 15-19

Simão, filho de João, tu me amas?…tu me amas?…tu me amas?


Pedro havia compartilhado três anos de vida com Jesus, mas três vezes Pedro jurou que não O conhecia. Agora, três vezes Pedro é chamado para reconfirmar o seu amor pelo Mestre.

Coitadinho de Pedro. Acreditava-se que ele fosse mais firme de todos os discípulos. Em vez disso, na frente de uma criada, ele fugira como um coelho, negando que era um amigo íntimo de Jesus.

Essa fuga continua: acontece sempre que temos vergonha de nos identificarmos como cristãos. Fingimos não fazer parte do grupo dos discípulos; fazemos distinções, sublinhamos as diferenças (não sou cristão!, esses católicos!, não sou cristão, sou protestante!, etc.) Se calhar, hoje não dá notoriedade de ser e se declarar católico. É uma fé perdente, assim como o Messias pregado na cruz foi um perdedor.

No entanto, a opção pelo Pedro da parte de Jesus não muda. Ele o quer líder e pastor do rebanho. Ele o quer pescador de homens e guia da então nascente comunidade cristã, da Igreja. Ele não o quer perfeito e infalível, mas o quer ciente da sua própria fragilidade e força. Ele o quer perdoado e consciente de ser tal. Ele o deseja humilde, confiante nas mãos de Deus e, portanto, fiel.

Se encararmos, com os olhos desencantados, a história de Pedro, vemos que ela não tem nada de heroico, nobre e desejável. No entanto, ele é uma das testemunhas privilegiadas que o próprio Deus coloca diante de nós, como um modelo da novidade que a sua Palavra trouxe. É próprio de Deus.

E, a propósito, São Paulo nos diz: “o que para mundo é loucura, fraqueza, ignóbil, desprezado e nada, Deus o escolheu para envergonhar os sábios, os fortes, para mostrar a nulidade dos que são alguma coisas, assim ninguém poderá gloriar-se diante de Deus” (1Cor 1, 27-29). Sendo assim, no amor aceite e correspondido, fragilidade se transforma em força, infidelidade em fidelidade, medo e covardia em coragem e franqueza.

Simão, filho de João, tu me amas?…tu me amas?…tu me amas?”. Interessante: a tríplice questão não diz respeito à preparação cultural ou ao compromisso de ser eficiente ou não, mas é sobre o coração mais que a razão, é sobre o amor, sem mais o temor da traição.

Portanto, claramente, Jesus se importa que sua Igreja não seja importante do ponto de vista institucional, mas que nos seus filhos se revele um sério compromisso de amar a Deus e ao homem, isto é: reconhecer e amar concretamente Jesus em todo homem.

Identificando-nos, portanto, na tríplice resposta de Pedro: “…Tu sabes que te amo”; “…Tu sabes que te amo”; “…Tu sabes tudo, tu sabes que te amo“, peçamos ao Senhor que aumente a nossa fé e que o Espírito Santo estimule o amor nas nossas míseras vidas.

Boa meditação, caríssimos. JB