Mc 11, 11-25
“… a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos… Tende fé em Deus”.
O texto evangélico hodierno é bastante longo e revela vários aspectos da personalidade de Jesus, talvez de uma forma menos usual. Pois, estamos mais acostumados a repetir estas típicas palavras do Senhor, “aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29) e aqui vemos que Ele também pode ser muito violento.
O seu amor não é macio e fraco, mas sim um amor forte e solícito que em certas ocasiões se expressa de forma verdadeiramente violenta: “entrou no templo, começou a expulsar os que ali vendiam e compravam: derrubou as mesas dos cambistas e os bancos dos vendedores de pombas … ”.
É o amor por seu Pai e por nós que O faz agir. Ele quer purificar a casa do Pai, que deve ser “casa de oração para todos os povos” e não “covil de ladrões”; Ele sabe que mesmo para os homens nada é mais precioso do que a casa de Deus, o lugar onde eles podem encontrá-Lo.
O episódio sobre a figueira também destaca este duplo amor. A figueira que, amaldiçoada por Jesus, murcha é um gesto simbólico que mostra a necessidade de produzir frutos para sermos abençoados por Deus. È o próprio Senhor que nos garante: “Tende fé em Deus…Tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes e assim sucederá”.
Jesus está sempre em relação íntima com o seu Pai, sabe que o Pai é uma fonte inesgotável de dons e por isso nos convida a esta oração cheia de fé. E ao mesmo tempo não se esquece do amor fraterno. De facto, acrescenta de imediato: “quando estiverdes a orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que o vosso Pai que está nos Céus vos perdoe também as vossas faltas”.
O amor pelo Pai está indissoluvelmente unido ao amor pelos homens, os homens que Ele ama. Para estarmos em relação íntima com o Pai, para crescer nesta mesma relação, é necessário, portanto, abrirmos cada vez mais o nosso coração para amar os homens, mesmo que estes sejam pecadores, mesmo que nos tenham ofendido, como Jesus o fez.
Por isso, peçamos a Ele este amor crescente, forte, generoso, cheio de fé em Deus.
Boa meditação, caríssimos. JB