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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

8ª Semana – Sábado – T.C.

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Mc 11, 27-33

“… Com que autoridade fazes isto? Quem Te deu autoridade para o fazeres?”

Os líderes religiosos de Israel não suportam que um iniciante e estranho como Jesus lhes possa usurpar a profissão e também a influência sobre o povo.

Jesus não é Doutor em Direito, não estudou nas escolas rabínicas, não tem qualificação, título algum ou credencial. Daí a razão da “justa” pergunta: “Com que autoridade fazes isto? Quem Te deu autoridade para o fazeres?

Sabendo das suas intenções, Jesus apela ao Batista: “o baptismo de João era do Céu ou dos homens?” Na verdade, “o maior entre todos os nascidos de mulher”, qual João Batista, também era uma voz moral e crítica  que confrontava aqueles que, falando bem de Deus, manchavam o Seu nome com uma vida que não era exemplar.

Nos fariseus, porém, abrigava a tentação de privatizar a obra de Deus e administrá-la erguendo muros que impedissem os não especialistas de terem acesso ao mistério.

O Espírito, todavia, sopra onde quer (cf. Jo 3, 8), dentro e fora do recinto do sagrado, valendo-se também de pessoas consideradas distantes.  Daí que permanecendo fechados na sua inveja, individualismo e, sendo escravos do seu pequeno mundo de poder, os fariseus não foram capazes de interpretar o hoje de Deus.

Quão grave é a cegueira da vontade! Pois, “os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos” não querem ver porque presumem saber mais do que Jesus. E comentando esta passagem bíblica, Jean Battista Metz (teólogo católico alemão, morto em dezembro de 2019), concluía que “o impedimento mais forte para reconhecer a vinda de  Deus é o nosso suposto poder”.

Ademais, a fé nem sempre coincide com a “religião”: se não se transformar em fogo e iluminar a vida em direção a Deus, a religião se torna monótona e nos deixa indiferentes.  E a humanidade de hoje não é tão diferente, nem perdeu a tal intuição.

Mas Jesus continua a vir ao nosso encontro diariamente, falando-nos com autoridade na Eucaristia, nas Escrituras, nas pessoas e nos acontecimentos.  Sempre que Ele encontra uma coincidência entre dizer e fazer, se põe em movimento e se deixa interpelar.

São João Crisóstomo, um dos famosos doutores da Igreja, disse: “a alma que se eleva para Deus é iluminada por sua luz inefável”. Que o Senhor nos dê a luz para que vejamos n’Ele a verdade e a razão de tudo.

Boa meditação e bom fim de semana, caríssimos. JB