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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

9ª Semana – Terça-Feira – T. C.

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São Justino, Mártir (séc. II)

Mc 12, 13-17

Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.

A armadilha está pronta: “Prestar a homenagem a Roma ou não? Jesus está com os invasores ou com seu povo?” Qualquer que fosse a resposta, Ele ter-se-ia arriscado da espada dos romanos, como instigador da revolta, ou do punhal dos zelotes, como defensor dos invasores.

Herodianos e fariseus, embora inimigos jurados entre si, neste caso concordam contra o jovem Rabi: temem as suas palavras e querem interromper a sua “carreira”. Reconhecendo a sua autoridade – “Mestre” –, sentiram-se ameaçados e por isso pediram-Lhe que fizesse uma escolha-armadilha. Mas “Deus frustra os projetos dos malvados para que não possam completar o que começaram” (Jo 5,12), e Jesus não cai no jogo do mal, antes pelo contrário, Ele os chama de “hipócritas“, isto é, comediantes, a sua vida é apenas uma peça e não encanta mais ninguém.

Caríssimos, todos os dias nos deparamos com escolhas, nas quais Deus e César estão em conflito. Às vezes, tais escolhas se nos apresentam ao nível de simples apreciação, outras vezes ao de ação. Os jornais nos relatam todos os dias eventos que exigem a nossa opinião, assim como a pergunta feita a Jesus há dois mil anos: “é lícito ou não pagar tributo a César?”. “É legal ou não praticar controle de natalidade?” “É legal obrigar todos a tomarem vacina anti-covid?” “Aborto?” “César, isto é, nas sociedades modernas, o Estado está certo em …?

E nós que somos cristãos, devemos dar a nossa aprovação ou não? E o nosso testemunho como cristãos? E o apelo a sermos o sal da terra e a luz do mundo (cf. Mt 5,13-16)?

Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Jesus respondendo com força e verdade, chama-nos a confrontar duas vontades, isto é, a de Deus e a do mundo. E Ele repete: o homem não pertence a nenhum poder e que não se deixa escravizar; portanto, a César, o símbolo da realidade mundana, pertencem as coisas, enquanto, a Deus, o dador de vida, o homem, que é chamado, não a ab-usar, mas sim fazer o bom uso das coisas deste mundo.

Papa Francisco, na sua Homilia em memoria dos “novos mártires” do seculo XX e XXI (22.04.17), afirmou o seguinte: “São os santos que levam por diante a Igreja… Santos de todos os dias, com uma vida normal, levada em frente com coerência; mas também daqueles que têm a coragem de aceitar a graça de serem testemunhas até ao fim, até à morte”.

Caríssimos, mesmo que não possamos nos colocar em pé de igualdade com Jesus, a nossa tarefa é fazer de tudo para que Ele viva em nós, tornando-nos santos no seguimento das suas pegadas, tendo a coragem de aceitarmos a graça de ser testemunhas até o fim, até a morte. Por isso, peçamos ao Senhor que fortaleça em nós a admiração contínua por sua Pessoa e faça com que a dimensão do seu ser verdadeiro e transparente, seja para nós um estímulo, ajuda e modelo para que, nas veredas deste mundo, possamos ajudar a fazer fluir verdade e vida

Boa meditação, caríssimos, não se esquecendo de uma pia oração para as nossas crianças! JB