Mc 12, 35-37
“… Como podem dizer que o Messias é filho de David?”.
Os fariseus estavam esperando ansiosamente pelo Messias, “filho de David”. Alimentados por uma “mens” messiânica política, eles esperavam que Ele fosse um ‘vencedor’. Então eles teriam expulsado os romanos do território e também triunfado: “até que Eu faça dos teus inimigos escabelo dos meus pés”!
Expectativas mais ou menos afins com as de certos “cristãos”: “expulsar os maus, manter apenas os bons”. Em outras palavras, Deus finalmente faz uma limpeza sacrossanta … Uma ideia de Deus como poderosos deste mundo, prontos para eliminar aqueles que obstaculizam o seu caminho.
Enquanto, Jesus Messias e Mestre, preferindo ter as características do Servo por amor, que veio pra servir e não pra ser servido (cf. Mc 10,45), com palavras e exemplos, guia os seus seguidores para o conhecimento do Filho de Deus: “a numerosa multidão escutava com prazer o que Jesus dizia”.
Primeiro, ensina a Palavra de Deus no templo demonstrando muitas coisas. Depois, ensina a ler, estudar, meditar e conhecer as Escrituras profundamente.
Enquanto, todo mundo esperava como Messias o rei David, um Messias político, um combatente, um soldado de verdade, Jesus, a partir da Bíblia, argumenta com convicção: como é possível essa identificação de Jesus como filho de David, uma vez que no salmo o próprio David reconhece o Messias como seu Senhor e Rei (cf. Sal 110,1)?
Eles não podem ser a mesma pessoa! Portanto, ao fazer isso, Jesus muda a atenção da multidão do messianismo político para o espiritual, mais profundo e universal.
Todavia, levará tempo para que o público entendesse, finalmente, que Jesus está falando de Si mesmo. Ele nos ensina a frequentar e meditar a Palavra, para torná-la o centro da busca da nossa fé.
Ajudados por aqueles que, antes de nós, creram e estudaram, num itinerário da Igreja que dura milénios, podemos nutrir a nossa fé e inteligência precisamente a partir da Palavra de Deus.
Que o Senhor Jesus, Filho de Deus, nosso Salvador, nos ajude a reconhecê-Lo e anunciar o Seu amor com o poder do Espírito.
Boa meditação, caríssimos. JB