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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

12ª Semana – Segunda-feira – T.C.

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S. Luís Gonzaga (séc. XVI)

Mt 7,1-5

 “Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu próprio olho…

 

Como somos propensos a fofocas…! Quão habilidosos somos nós em julgar os outros.  Nos arrogamos a qualidade de sermos juízes do próximo, pensando que dele sabemos, entendemos e, muitas vezes, dando juízo negativo, distorcido, excessivo.

 Além disso, o pior julgamento é o da vida de fé.  Colocamos na praça os pecados reais ou falsos dos outros, substituindo Deus no julgamento.

 E hoje, Jesus reprova esta pretensão e nos convida a tirar primeiro a trave do nosso próprio olho, o que impede que vejamos o cisco presente no olho do nosso irmão. Ademais, come bem sabemos: “Quem tem telhados de vidro não atira pedras ao do vizinho”.

 E São Paulo clama: “tu, por que julgas teu irmão?… Pois é diante do tribunal de Deus que todos compareceremos” (Rm 14,10).  O mal é sempre mal, se e onde houver, mas somos convidados a colocarmos na perspetiva de Deus que, antes do pecado, tem no coração o pecador e sua cura.

 Somos chamados a ler a nossa vida e a dos outros com a paciência do Mestre, que vê a vida como um caminho e todo erro como uma possibilidade de recomeçar. Em outras palavras, Ele nos pede a compaixão e o perdão, e não um juízo severo e duro para com os outros.

Ele nos confia os outros, que são nossos irmãos e irmãs, assim como eles são, com as suas virtudes e os seus defeitos – “quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra!” (Jo 8,7) –, para que os ajudemos e os acompanhemos no caminho lento e cansativo da perfeição evangélica, para que se transformem em novas criaturas, sempre filhos e filhas de um único Deus.

 Ademais, na atual situação que aparenta reinar dispersão e indiferença, muitas vezes prevalece em nós a tentação de pensar num Deus ausente do mundo ou não interessado.  Em vez disso, Deus está lá.  Ele é um Pai eterno e terno, mas franco: quer muito de nós seus filhos porque muito nos valoriza; quereria pouco de nós se pouco nos estimasse …

 Portanto, irmãos, se realmente queremos fazer um julgamento severo, tal julgamento deve ser sobre nós mesmos. Que bom e belo, se pudéssemos julgar os outros com a mesma clemência que concedemos a nós mesmos, o paraíso já seria a partir deste mundo.

Boa meditação e bom início da Semana, caríssimos. JB