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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

13ª Semana – Quarta-feira – T.C.

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Mt 8, 28-34

 “Que queres de nós, Filho de Deus?… Se nos expulsas, manda-nos à manada de porcos”.

 

 O Evangelho apresenta-nos, hoje, de forma muito simbólica, a ação libertadora de Jesus e a sua capacidade de vencer o mal.

 Os dois endemoniados são duplamente infelizes porque foram submetidos às forças do mal e se tornaram desumanos.  Eles vivem entre os túmulos, o que evidencia o seu isolamento e exclusão da comunidade dos vivos, bem como a sua não purificação.

 E certas afirmações tão determinantes e desencorajadoras, como “ninguém se atrevia a passar por aquele caminho”, indicam qual era o poder das forças do mal e como era difícil penetrar naquele campo.

 Em vez disso, Jesus lá penetra, demonstrando-nos que não há circunstância, por mais desumana que seja, que o Evangelho não possa alcançar; nenhuma situação de isolamento que não possa ser destruída; e nem um desafio que não pode se tornar, pela força de Deus, um diálogo salvífico.

 O contraste entre as reclamações dos demônios, seus gritos – “que tens que ver connosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do tempo?” –, e a única palavra simples e autoritária de Jesus – “Ide” – evidencia a soberania de Deus e a universalidade da salvação que Ele nos oferece.

Por isso, todos são alcançados pela gratuidade do seu amor, mesmo aqueles que são excluídos e marginalizados; todas as barreiras da incomunicabilidade e as cadeias da escravidão são superadas graças à bondade e proximidade de nosso Deus.

 O mal é, portanto, redefinido, confinado e restituído ao seu lugar de origem bíblica: o precipício, o abismo.  E as criaturas, livres, regressam ao diálogo inocente, grato e próximo com seu Senhor.

 Mas o espanto amedrontado dos gadarenos se opõe ao amor recetivo dos endemoniados que foram salvos, testemunhando assim que a iniciativa redentora de Deus sempre precisa da resposta livre do homem.

 Jesus é mais uma vez objeto de escândalo e sinal de contradição (cf. Lc 2,34), porque a fé e a economia sempre tiveram pouca afinidade – “pediram-lhe que fosse embora da regiãoE isto não Lhe importa, pois, para Ele, a vida dos homens está em primeiro lugar, sobretudo quando estes perdem a dignidade de filhos de Deus.

Boa meditação, caríssimos. JB