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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

14ª Semana – Terça-feira – T.C.

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Santa Maria Goretti, Virgem e Mártir (séc. XX)

Mt 9, 32-38

A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos”.

 

Nesta página do Evangelho, se cruzam duas maneiras diferentes de olhar a realidade e julgar os eventos e as pessoas.

A primeira é a dos fariseus que olham para Jesus com desconfiança e, portanto, não conseguem reconhecer o bem que Ele faz, antes pelo contrário, deformam a realidade, a ponto de atribuir ao maligno as muitas curas feitas pelo Nazareno – “é pelo príncipe dos demónios que Ele expulsa os demónios”.

É o olhar de quem sempre e só vê o mal, resultante de uma tremenda cegueira espiritual diante da evidência do bem.  E devemos reconhecer que muitas vezes este é o olhar com o qual também nós lemos os fatos da vida.

E daí advém o segundo olhar, o de Jesus, que se enche de compaixão ao nos ver: “ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão”.  Com este verbo (σπλαγχνίσθη, do grego, sentir muita compaixão), o evangelista quer sublinhar o amor visceral que Jesus tem pela humanidade.

Na verdade, Ele vê com os olhos do coração as pessoas que certamente têm muitos bons desejos, mas estão “fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pasto”, isto é, não podem contar com autoridades religiosas de então, incapacitadas de conduzi-las nos caminhos de Deus, isto é, a essa plenitude de vida que os profetas lhes anunciaram.

Em seguida, Jesus envolve os seus discípulos e os convida a orar ao Pai celeste para que envie operários, ou seja, apóstolos dispostos a trabalhar arduamente para construir o Reino – “pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”.

Interessante não é? Diante da fraqueza e possível perdição da multidão, Jesus propõe como solução … a Igreja!  A Igreja, comunidade de irmãos e irmãs que encontraram a misericórdia de Deus e se tornaram discípulos, é chamada a experimentar a mesma compaixão do Senhor, a agir para apoiar a humanidade conduzindo-a a Deus em Cristo.

Caríssimos, como cristãos, somos chamados a ser consolação, testemunhas da paternidade e zelo de Deus pelas pessoas que encontraremos, principalmente as que estão longe da fé e aqueles que ainda não conheceram Cristo.

Que grande presente recebemos, que dignidade! Podeis imaginar algo maior e mais intenso?  Vivamos esta responsabilidade com imensa alegria!  O primeiro passo, todavia, para renovar a história da humanidade é nos ajoelhar, porque sem Deus, sem falar com Ele e d’Ele ao próximo, todo esforço é em vão.

Boa meditação, caríssimos. JB