Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

15ª Semana – Terça-feira – T.C.

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Mt 11, 20-24

Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! …”.

 

Quanta dureza mental, quanta hostilidade! Jesus, se calhar, não esperava assim tanta maldade e insensibilidade por parte dos fariseus  e doutores da lei, guias religiosos do povo de então, em relação a Si.

 Vindo ao mundo para anunciar a Boa Nova da proximidade de Deus, Ele se vê obrigado a lidar com a presunção daqueles que pensam que já sabem tudo.

 O cúmulo é que estes acreditam de estarem salvos por ascendência genealógica – “nós somos descendentes de Abraão” – e já não precisariam de conversão (cf. Jo 8,31-59).  Jesus está perturbado: como é possível tanta arrogância?

 As cidades pagãs, que na Bíblia eram o emblema da perdição, serão salvas, ao contrário das cidades que não reconhecem a sua vinda e presença – “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! … no dia do Juízo haverá mais tolerância para Tiro e Sidónia do que para vós… para a terra de Sodoma do que para vós”.

 O que diríamos sobre as nossas cidades ou comunidades, muitas vezes desnorteadas na fé, de braços abertos aos milagres prometidos pelas seitas, os nossos irmãos e irmãs da comunidade que vivem com impaciência a cada pequena mudança e muito renitentes a chamada à conversão?

 O que diríamos sobre nossa fé recebida com o batismo, agora vacilante e hesitante? Das nossas crenças inoxidáveis, às vezes um cruzamento entre superstições e tradições …?  Muitos de nós se apresentam “sou ateu”, “não sou católico”, “vocês católicos?”! Até parece que estamos na era em que a pergunta ideal não seria “o que sabes de Deus?”, mas sim “o que não sabes de Deus?”; não seria “quem é Deus”, mas sim “o que Deus faz por ti”. Corações de pedra…!

 Queridos irmãos e irmãs, é preciso estarmos vigilantes para não fazermos da fé um travesseiro confortável para dormir e daí, no pôr do sol da vida, recebermos a mesma repreensão do Senhor – “Ai de ti… Ai de ti…”.

 O risco da dormência afeta a todos e enfraquece o espírito. O amor a Deus e ao próximo deve ser proclamado com a vida, cultivado, caso contrário, o nosso ardor cristão desaparecerá lentamente.

Boa meditação, caríssimos. JB