Mt 12,14-21
“… intimou-os que não descobrissem quem Ele era, para se cumprir o que estava anunciado”.
A disputa pelo descanso de sábado (cf. Mt 12,1-8 – evangelho de ontem) foi a gota que fez o vaso transbordar: os fariseus, os devotos da época, os piedosos de Israel, “os melhores”, “reuniram conselho contra Jesus, a fim de O fazerem desaparecer”.
Existem a diferença de anos-luz entre a verdade e a liberdade de Jesus e afirmações deles: para eles Jesus não é um dos seus. Pois, Ele não ama o templo. Então, melhor suprimi-Lo.
Diante destas ameaças, Jesus não organiza nenhuma defesa, apenas retirou-se dali, tornando sua a dor dos outros e curando todos aqueles que se dirigiam a Ele com fé: “muitos O seguiram e Ele curou-os a todos”. Mas, “intimou-os que não descobrissem quem Ele era”, para não deitar ainda gasolina no fogo e iniciar incêndios desnecessários … O imenso coração de Jesus.
E como se comportam os discípulos de Jesus de ontem e de hoje? Alguns se acomodam, outros têm excessos de severidade, correndo-se o risco de quebrar a cana já fendida e de apagar a torcida que ainda fumega. E isto Jesus nunca fez, pois o seu estar e agir, destituídos de qualquer atitude incline a dureza e fanatismo, foram substanciadas por uma atenção especial aos fracos.
Caríssimos, num mundo dominado pela injustiça, o cristão não apenas não pode se tornar cúmplice da injustiça, mas é chamado a combatê-la. E nisto, o seu modelo só pode ser Jesus, que une mansidão e vontade de amar a todos.
Mais que defender a nós mesmos e ou agradar os homens, nós, discípulos de Jesus, somos chamados a defender (soldados) e proclamar (apóstolos) com a vida o Evangelho. A defesa da verdade, todavia, não pode se tornar humilhação de todos aqueles que ainda não a descobriram. Jesus, de facto, ensina a levar a luz, mas com paciência e misericórdia, sempre prontos a dar a razão da nossa esperança a todo aquele que a pedir (cf. 1Pd 3,15).
Portanto, torna-se necessário, como costuma dizer o Papa Francisco, primar pelo acolhimento e benevolência, renovando as nossas comunidades e paróquias (cf. Evangelii Gaudium, 26). Afinal de contas, Deus quer bem a todos nós, sem excepção.
Boa meditação, caríssimos. JB