Mt 12, 38-42
“Esta geração perversa e infiel pretende um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado…”
Eles querem um sinal do Mestre. Quando queremos que Deus nos dê um sinal, significa que não temos confiança n’Ele, a nossa busca religiosa não é mais autêntica e corremos o risco de cair na economia do sucesso, rejeitando aquela humilde do reino.
Ademais, aqueles que decidem amar não precisam mais de sinais. Ele os acolhe como dom e confirmação.
É por isso que o Senhor não aceita esse modo de ser e estar e o critica severamente: “geração perversa e infiel pretende um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado”, uma geração que não tem o olhar fixo em Deus, que não se deixa arriscar e teme em se abandonar à fé pura.
Em vez disso, Jesus ensina uma economia de fé que sabe aceitar o fracasso de um projeto. Ele denuncia esse pedido de sinais que chega ao ponto de eliminar a verdadeira busca do Deus único, e que é, portanto, uma idolatria sempre presente no coração humano.
Caríssimos, Deus dá sinais para aqueles que não os esperam e, no presente momento de peregrinação, Ele está disposto a andar na penumbra. Os seus sinais típicos são o contrário daqueles que se esperaria. “E isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc 2,12), dizem os anjos aos pastores de Belém.
Para aqueles que buscam grandes sinais, Ele anuncia um pequeno sinal; neste sinal, em vez de ser um Deus tremendo, Ele anuncia uma criança trêmula; em vez de poderoso, um Deus na manjedoura.
Para aqueles que buscam sinais espetaculares, Ele, sinal definitivo, promete o sinal, eu diria contra-sinal, da sua morte na cruz, que no entanto revela o próprio poder de Deus. Obviamente a ressurreição também é evocada, mas incluída na morte por amor, na absoluta confiança que o Filho tem no Pai.
Que surpresa! Só nos resta fazer nossa esta oração dos apóstolos: “Senhor aumenta a nossa fé” (Lc 17,5).
Boa meditação e bom início da Semana, caríssimos. JB