Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

16ª Semana – Terça-feira – T.C.

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Mt 12, 46-50

Estes são a minha mãe e os meus irmãos…”

 

O Evangelho tem sido frequentemente usado para justificar a origem da família patriarcal.

Na realidade, a família patriarcal tem a sua origem do direito romano, não do Evangelho.  Neste, os laços de sangue são importantes, mas não exclusivos, pois, algumas vezes se tornam necessárias também certas roturas.

Jesus sofreu esta situação em Nazaré.  Lá também as regras do clã da família estavam em vigor.  Ele próprio fazia parte disso, embora morasse com José e Maria.

A família se se deixa inspirar pelo evangelho nunca será uma prisão.  Os laços de fé – como Jesus nos faz entender – são mais profundos do que os de sangue porque são estáveis e eternos.

Como se torna familiar  de Jesus mesmo não sendo o seu parente?  Fazendo “a vontade de meu Pai que está nos Céus”, diz Ele. Portanto, é o Pai que nos torna irmãos.

A vontade de Deus nem sempre coincide com o nosso ponto de vista, com os nossos sentimentos. Deus manifesta-nos a sua vontade, antes de mais, pela sua Palavra.

Daí que para experimentarmos esta familiaridade e paternidade torna necessário acolher literalmente o Evangelho nas nossas vidas. Esse foi o caso de Maria de Nazaré, que se tornou o ponto de referência da Igreja após o Pentecostes.

Ela, mais que ouvir, escutou  a Palavra de Deus, isto é, a guardou e a pôs em prática: “Eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a Tua palavra” (Lc 1, 38).

Por isso, caríssimos, como exorta São Tiago, “sede daqueles que põem em prática a palavra e não apenas ouvintes, enganando-vos a vós mesmos” (Tg 1, 22).

E felizmente, muitos puderam experimentar e experimentam, graças à partilha da fé, esta intensa e especial relação fraterna, cujos objetivos são muito superiores aos de laços de sangue.

Estes são a minha mãe e os meus irmãos…”. Jesus se torna, portanto, o centro de gravidade de uma nova família, fundada na Palavra de Deus e comprometida em viver o Evangelho.

Que o Senhor nos dê à disposição para fazer sempre a vontade do Pai, nos tornando assim, no nosso quotidiano, “seu irmão, sua irmã e sua mãe”.

Boa meditação, caríssimos. JB