Mt 13, 1-9
“Outras caíram em boa terra e deram fruto…”.
Jesus observa um semeador e sente algo de Deus. Deus não é um, mas o Semeador, aquele que introduz os germes da vida no coração do homem e no cosmo.
É um dos nomes mais belos de Deus: não é o ceifeiro que trata das nossas pobres colheitas, mas o semeador, o Deus que dá início ao florescimento do mundo.
Jesus imagina o Reino como um campo recém-semeado. Ele deposita o seu grão em cada fenda do solo e além. E assim deixa o mundo grávido.
Ademais, com a imagem do semeador que parece despreparado porque parte de sua semente caiu “ao longo do caminho”, “em sítios pedregosos” e “entre espinhos”, Jesus nos diz que Deus não coloca barreiras no seu operado, isto é não exclui ninguém.
Todos nós somos terra pedregosa, espinhosa, ferida, opaca, porém a nossa humanidade imperfeita é também um torrão de boa terra, adequado para dar vida às sementes de Deus.
Existem no campo do mundo e no do coração forças que se contrapõem: o bem e o mal que se confrontam. E a parábola não explica por que isso acontece.
E nem explica como tirar as pedras, enxotar os pássaros e eliminar os espinhos. Fala apenas de um semeador cuja confiança é recompensada: em cada coração cresce o seu grão.
Caríssimos, o olhar do Senhor não está nos nossos defeitos, mas na força da sua Palavra que afugenta os pássaros, limpa os torrões de pedras e espinhas, e cuida dos rebentos. Interessante! Aqui, Ele não pede para sermos perfeitos, mas fecundos, portanto, “boas terras”.
Que o nosso coração possa dizer a Deus cada dia: “Sois o meu abrigo, o meu escudo, na vossa Palavra pus a minha esperança” (Sl 119,114), e possamos agir cada dia confiando no Senhor Jesus como São Pedro: “Porque Tu o dizes, lançarei as redes” (L c 5, 5).
Boa meditação, caríssimos. JB