Santa Brígida, Religiosa, Padroeira da Europa (séc. XIV)
Jo 15, 1-8
“Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós”
Um videira e um viticultor: uma planta que promete bem e um agricultor que dela toma cuidado com a máxima atenção.
Esta é uma imagem de Deus tirada do quotidiano. Como se pode ter medo de um Deus assim, que faz de tudo para que possamos ainda dar mais frutos?
“Eu sou a verdadeira videira”. Jesus é a videira, nós os ramos. Nós e Ele, mesma planta, mesma videira, uma única raiz, e uma única seiva. Uma verdadeira novidade.
Somos assim parte da mesma planta, gotas descendentes da mesma fonte. Pois, com a encarnação, o Vinicultor se torna videira, o Semeador se torna semente, o Criador se torna criatura e o Feitor se torna fatura (cf. Dante Alighieri, ‘Invocazione alla Vergine Maria’, Paradiso XXXIII, 39).
Jesus proporciona a sua seiva ao último ramo que sou eu, que és tu, que somos nós, quer estejamos dormindo ou não. Deus flui dentro de nós, nos quer vivos e sobretudo férteis e frutíferos – “a glória de meu Pai é que deis muito fruto”.
Se for assim, caríssimos, qual ramo sonharia em se destacar da videira? Que motivos nos levariam a desejar a nossa morte, isto é, sermos lançados fora, secar, apanhados, lançados ao fogo e queimados? Obviamente, tem a ver com o verbo “permanecer” – “permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós” -, e nossa liberdade de aderi-lo!
“Todo o ramo que dá fruto em Mim, Ele poda para que dê mais frutos ainda”. Podar a videira não significa “amputar”, mas remover o supérfluo e fortalecê-la. Podar é abrir mão de coisas desnecessárias para focar no essencial; é remover o velho para que o novo possa nascer.
O agricultor sabe disso: a poda é um dom para a planta. Então Deus, que trabalha em mim, em ti, em nós, tem apenas um objetivo: trazer à maturidade o que temos de mais promissor. Portanto, permaneçamos n’Ele.
Boa meditação e bom fim de semana, caríssimos. JB