Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

18ª Semana – Segunda-feira – T.C.

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Mt 14, 13-21

Não precisam de se ir embora; dai-lhes vós de comer”

 

É noite e os apóstolos dizem a Jesus: “Manda embora toda esta gente, para que vá às aldeias comprar alimento”.  Mas Jesus os desafia: “dai-lhes vós de comer”.

O Senhor tem compaixão da multidão, de mim, de ti, de nós: Ele sabe o que precisamos.  Ele não está distraído, nem fica nas nuvens.  O Senhor é clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade” (Sl 145,8).

Ele envolve, portanto, os Doze nesta tarefa impossível para 5.000 pessoas, convicto porém que a fé não teme os obstáculos: colabora com Deus para além do bom senso humano.

A fé, então, não mora nas sacristias, nem existe apenas para preparar as almas para o Céu. A propósito, diz o Papa Francisco: “Deus deseja a felicidade dos seus filhos também nesta terra, embora estejam chamados à plenitude eterna” (Evangelii Gaudium, n. 182).

O milagre é narrado como uma multiplicação de mãos abertas, uma passagem do pão de mão em mão: dos discípulos a Jesus, d’Ele aos Doze, deles à multidão.

Caríssimos, a solidariedade consiste em abrir as nossas mãos.  Seja qual for o presente que tenhamos conosco, não o detenhamos.  Imitemos a semente que se abre, a nuvem que dá a chuva refrescante.

Não questionemos, como Moisés, “porque me destes o encargo de todo este povo?” (Num 11,11). Não! Deus, precisa de alguém para disponibilizar o “pouco” que tem.  O “pouco”que temos e o que somos (vida, tempo, qualidade, bens, sofrimentos) colocamos à disposição d’Ele, para que faça o milagre de comunhão e de festa.

O primeiro milagre na nossa vida cristã é perceber que o outro existe e sentir compaixão por ele: façamos  o bem sem segundas intenções, saciando sobretudo a fome do próximo.

Há um segundo milagre: o pão partilhado é transformado de alimento para o corpo na Eucaristia.  Ou seja, Deus se despedaça e nos alimenta para sempre.  É a Santa Missa.

Jesus dá o seu corpo e a sua vida: manjedoura, estradas, lago, rostos, cruz, túmulo vazio e a vida volta a florescer.  Seu sangue também corre e entra em nossas veias.  É a vida eterna.

Boa meditação e bom início da Semana, caríssimos. JB