Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

18ª Semana – Terça-feira – T.C.

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Mt 14, 22-36

… homem de pouca fé, por que duvidaste?”

 

O Evangelho, hoje, nos conta uma história de tempestade, sobretudo, falta de fé e medo.  Pedro, com a sua impetuosidade habitual, pergunta a Jesus: “se és Tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”.

Se…”! Além de ser um pedido já baseado em dúvidas, também se manifesta infantil, tendo um fim em si mesmo, uma demonstração, uma exibição de força que não tem como objetivo bem algum.  E, de fato, o milagre não se realizou… Pedro “começou a afundar”!

Homem de pouca fé…”. Pedro tem pouca fé não porque duvida, mas porque procura e quer o milagre, esquecendo-se de que, como disse Fiódor Dostoiévski (russo, um dos maiores romancistas e pensadores da história, 1821-1881), “a fé não é consequência do milagre, mas o milagre é consequência da fé”.

Portanto, os milagres pressupõem a fé. De fato, Deus não se impõe, mas se propõe.  Daí que os milagres são resultados de uma fé intensa. E Pedro o demonstra: dá um passo sobre a água, mas quando a sua fé entra em crise, ele experimenta a vertigem do prodígio e se afunda.

Interessante! Quando foca os seus olhos em Jesus e na sua Palavra, Pedro pode andar no mar;  mas quando olha para si mesmo e para as ondas, se bloqueia. O que podemos fazer sem Deus?

Caríssimos, assim, acontece com as nossas vidas. O medo é um péssimo conselheiro.  Se observarmos as dificuldades ou nos apegarmos aos nossos fracassos ou aos pecados recorrentes, começa a descida ao abismo. Por isso, nunca devemos dizer a Deus quão grandes são os nossos problemas, mas sim aos nossos problemas, quão grande e todo-poderoso é Deus, e isso, caríssimos, é fé.

Pedro, um homem no mar da existência, como todos nós, oscila hesitante entre milagres, problemas e abismos, mas Jesus, todo-poderoso, não permitirá que ele pereça. Nos momentos mais sombrios, Ele está sempre lá, basta que, com fé, gritemos, “salva-me, Senhor”, pois, Ele é o Salvador.

Boa reflexão, caríssimos. JB