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Rua Pe. Martinho Pinto da Rocha São Tomé, São Tomé e Príncipe

20ª Semana – Sexta-feira – T.C.

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São Bernardo (séc. XII)

Mt 22, 34-40

Amarás o Senhor, teu Deus, e o teu próximo como a ti mesmo

 

Sempre os fariseus!  Eles queriam colocar Jesus à prova: “… qual é o maior mandamento da Lei?”  Eles esperavam que Ele dissesse o terceiro que, para eles, prescrevia de santificar o sábado, porque até mesmo Deus o tinha observado.

 A resposta de Jesus os arrasa: Ele não cita nenhum dos dez mandamentos, mas coloca no coração do Evangelho o que está no centro de cada vida: “tu amarás”.

 “Amarás”, diz Jesus, usando um verbo no futuro, como uma ação que nunca acaba.  Amar não é um dever, mas oxigênio necessário para viver … Amar a Deus de todo o coração não significa amar a Deus e a ninguém mais, mas sim amar a Deus continuamente porque Ele é o motor de coerência e concretude de todos os outros amores. 

Santo Agostinho diria: “ama e faz o que quiseres! Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos” (Homilias sobre a 1ª Epístola de João).

São Bernardo, o santo hodierno, examinando e aprofundando seriamente este amor divino para com o homem, constatará o seguinte: “o amor não busca outro motivo nem outro fruto fora de si; o seu fruto consiste na sua prática. Amo porque amo; amo para amar” (Sermão sobre o sobre o Cântico dos Cânticos, 83, 4-6).

 E se isto se concretizar nas nossas vidas, vereis que o coração fica, permanece, ou melhor cresce e se dilata, para amar o estrangeiro, para amar a viúva, para amar o órfão, para amar o pobre, em suma para amar o próximo.  Deus não é ciumento, não rouba o coração, mas o dilata, e “quando ama, não quer outra coisa senão ser amado” (Ibidem).

 A novidade de Jesus não reside em ter acrescentado o amor ao próximo, mas sim no fato de que amar a Deus e ao próximo constituir um único mandamento: “o grande mandamento do amor”.

Interessante que quanto a este amor, dizia a Santa Tereza de Calcutá: “Temos o poder de estar no Céu agora, de sermos felizes com Deus neste momento, se amarmos como Ele nos ama, se ajudarmos como Ele nos ajuda, se dermos como Ele dá, se servirmos como Ele nos serve”.

 Amar o homem é semelhante a amar a Deus, o próximo é semelhante a Deus … (cf. Gn 1,26). É o seu traço, um grito a ser escutado como se fosse a Palavra de Deus.

E se colocarmos esta mesma Palavra no centro da nossa vida, se Jesus for o nosso modelo, não seguiremos mais os ídolos do ter, do poder, do aparecer, mas nos deixaremos guiar pelo amor e pela compaixão.

Caríssimos, somos pecadores, dificuldade em amar temos, dificuldade em perdoar temos…! Por isso, peçamos a Deus que nos ajude abrir o nosso coração e a nossa mente para experimentar a sua ternura e o quanto nos ama, e fazer com que possamos derramar esta mesma ternura e amor sobre os nossos irmãos e irmãs, especialmente os mais desfavorecidos.

Boa meditação e bom fim de semana, caríssimos. JB